terça-feira, novembro 28, 2006


Ontem eu estava indo embora pra casa e encontrei um velhinho no caminho. Quando ele me viu já veio todo serelepe pro meu lado me cumprimentar. Apesar de não ter a menor idéia de onde eu o conhecia, fiz como se deve fazer, abri um sorrisão, estiquei o braço para cumprimentá-lo.

Acontece muito isso comigo. Um monte de gente me cumprimenta na rua, mas às vezes eu nunca me lembro exatamente de onde eu as conheço. No escritório onde eu trabalho entra e sai muita gente no decorrer do ano, e quando eu encontro essas pessoas fora do "contexto de trabalho" sempre demora um pouco pra cair à ficha.

Mas apesar de não lembrar desse senhor, eu tinha quase certeza que era do trabalho que ele me conhecia. Afinal, eu sou conhecida no trabalho, como a Rainha dos Veinhos. É verdade, os veinhos me adoram lá!

Daí comecei a puxar papo com ele. Como vai o senhor? Tudo bem? E ele também começou a me encher de perguntas:

- Eu to bem. E você ta saindo do trabalho agora? Onde você mora?

Eu respondi. Mas confesso que estava começando a achar estranho aquele homem. Se ele realmente me conhecia do escritório eu acho que seria natural ele perguntar sobre meus colegas de trabalho, ou fazer qualquer comentário a respeito dele. Então resolvi eu, descobrir de uma vez por todas de onde aquele homem me conhecia, e perguntei:

- Desculpa senhor, mas eu não estou me lembrando de onde eu te conheço. É que entra tanta gente no escritório que fica difícil guardar a fisionomia de todo mundo.

E ele respondeu, já emendando uma outra pergunta:

- Ahh a gente se conhece de por ai. Mas você já está indo pra casa essa hora? Ta cedo ainda...

Não, pêra aí! Como é que você conhece uma pessoa de por aí, mas para ela na rua pra conversar? Ou o velhinho tava maluco ou...

Deus du céu, ele estava me cantando !!! O que eu faço agora??? Pensa, pensa, pensa... E mostrando a aliança na minha mão esquerda pra ele, respondi.

- To indo sim. Meu marido ta em casa me esperando e tenho que fazer janta pros meus três filhos!!!

Eu não queria ser indelicada com ele, mas o homem não desistia:

- Marido??? Ahh que pena que você é casada senão ia te convidar pra tomar um refrigerante comigo.

- Ahh fica pra uma outro hora ...

Outra hora!!! Você ta louca?? eu dizia pra mim mesma enquanto me afastava dando tchau pra ele.

Nossa, fiquei totalmente desconcertada! É verdade que eu adoro velhinhos e tenho vontade de levar todos eles pra minha casa, mas daí levar uma cantada do Matusalém já foi demais né???

O negócio é andar esperta pela rua agora, porque eu tenho um convite pendente pra tomar um refrigerante com o tal velhinho, que pode ser cobrado a qualquer hora ...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Eu conheço uma moça que estava prestes a se casar. Mas o problema é que a mãe do rapaz não ia com a fachada dela! Era aquela velha rixa entre nora e sogra ...

Bom a véia fez de tudo que podia pra "azedar" o romance dos dois, mas no final das contas não teve jeito. Os dois marcaram a data e resolveram que iriam se casar.

Mas a sogra não se deu por vencida. Já que ela não tinha conseguido "azedar" o romance dos dois, ela deu um jeito de "gelar" a lua-de-mel deles. Como era final de inverno no hemisfério norte, ela comprou um pacote em promoção, com 50% de desconto, de um famoso hotel, daqueles que é construído no gelo, e deu de presente para o casal. E pra completar ainda deu um mini babidoll super sexy para a nora, e depois de uma risada maligna pensou em voz alta: Quero ver eles arrancarem a roupa pra dormir num hotel desses ...

Mas a nora estava feliz da vida e ficou impressionada com o presentão que ela havia ganhado da sogra. Achou até que esse presente fosse uma espécie de pedido de desculpas por todos os anos que a véia tinha infernizando a vida dela. A princípio ela achou estranho esse negócio de hotel feito com blocos de gelo, mas o que importava é que o hotel ficava no estrangeiro, e além do mais, devia ter aquecimento lá. Afinal era no primeiro mundo...

Casaram, festejaram, brindaram e seguiram viagem para a tão esperada lua-de-mel. Mas chegando lá, as coisas não pareciam ser como no catálago de viagem que ela tinha visto.

Pra começar, a metade da parede do banheiro do quarto deles havia derretido. Todas as vezes que ela entrava no banheiro e trancava a porta, não adiantava nada porque os alces que faziam parte do cenário bucólico do hotel não tiravam o olho dela. E alguns dias mais tarde ela descobriu que os alces nada mais eram do que alguns funcionários disfarçados!!!

Ahh e na hora de dormir então? aquilo era um horror! O ar condicionado central vivia em eternos (-) 10 º ! Mas pra não desapontar a sogra, ela ainda usava o super sexy babidol mas por cima era obrigada a colocar todas as outras peças de roupa que estavam na mala.

A cama também já havia entrado em processo de decomposição, e todo dia eles acordavam com a metade das pernas no chão, até que no último dia, a cama derreteu de vez.

Mas o pior de tudo eram os copos. Ela levou na mala uma reserva especial de peterlongo rose pra eles brindarem todas as noites e era só colocar a bebida no copo que ele já começava derreter. Era um desperdício danado de champanhe rose!

Olha, ela podia suportar tudo naquela viagem. Alces mentirosos, dormir em cama que parecia estar com estrado quebrado, mas desperdiçar peterlongo rose era demais da conta !!!

Resolveram vir embora dois dias antes, mas torcendo pra que a sogra nunca descobrisse a tamanha desfeita que eles tinham feito para com ela.

O casamento acabou, mas ela disse que esse segredo vai para o túmulo com ela.


Ps1 - A Luma me deu a dica. Daqui pra frente só vou postar histórias sem pé nem cabeça aqui. O o supra sumo dos meus textos vou guardar para o próximo livro :-)

Ps2 - Pra dizer a verdade não consegui escrever um causo que fosse menos ridículo do que esse aqui, hahaha.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Como eu sei que daqui uns dias vou ter que contar em detalhes como foi a minha noite de autógrafos para a Revista Caras, então já achei melhor publicar aqui.

Depois de duas horas, graças ao trânsito de São Paulo, consegui chegar no Santa Zoé. O lugar estava bombando, cheio de gente rica e famosa. Até o Paulinho Vilhena estava lá, mas eu não consegui ve lo porque estava muito ocupada dando autógrafos.

Achei o lugar super bacana, e tinha vários ambientes. Mas confesso que não gostei do banheiro! Tinha uma pia horrorosa, que mais parecia um tanque escuro. Nem dava pra ver se ela estava suja e se precisava limpar ...

Conheci muita gente legal lá, inclusive os três últimos ex-maridos da Lúcia.

Na hora de autografar os livros, ela me deu uma dica. Ela disse que era pra eu ir marcando uns pauzinhos na palma da mão, assim no final da noite eu saberia quantos autógrafos eu tinha dado. Mas o pior é que, quando ela me falou isso, eu já tinha dado vários autógrafos. Quer dizer, na verdade eu só tinha dado uns três para umas amigas que estavam lá.

Aí comecei a usar a técnica dos pauzinhos, mas confesso que as vezes eu me esquecia de anotar um. Até onde eu me lembro, tinha uns sete pauzinhos anotados. Só que cheguei em casa, tomei banho e esqueci de ver quantos autógrafos eu dei no total durante a noite. Mas vamos dizer que por baixo tenha sido umas trezentas e cinquenta assinaturas ...

Nós não conseguimos conhecer todos os autores que estavam lá ontem, o que foi uma pena. Mas tinha um em especial que nos chamou muito a atenção. Nossa, o homem era muito bem relacionado! Ele não parava um minuto se quer de dar autógrafos. Pra vocês terem uma idéia de como ele era bem relacionado, a tinta da caneta que ele usava secou e a Lucia até fez a gentileza de ceder outra caneta a ele.

Olha, é até feio falar isso aqui, mas nós duas estávamos morrendo de inveja da popularidade dele. A fila do homem nunca acabava! Encostava um, balbuciava alguma coisa no ouvido dele, e depois a pessoa saia feliz da vida segurando o livro na mão.

Mas olhando melhor, a gente notou que as pessoas saiam carregando uma outra coisa na mão, além do livro. Eu fiquei curiosa e comecei a prestar atenção.

Que cara safado! Além do autógrafo, ele também dava um doce de abóbora em formato de coração para as pessoas! Por isso que a fila dele nunca acabava !!!

Droga! porque eu não tive essa idéia antes ...

Mas a festa continuava rolando solta e cada sorriso era um flash. Mas confesso que já estava ficando aborrecida com tanta paparicação. O relógio deu doze badaladas e viemos embora pra casa.

Hoje acordei cedo e fui trabalhar. Mas antes passei na padoca no meio do caminho para tomar café da manhã. Comi um delicioso pão com mantega na chapa e tomei um pingado com leite.

Enquanto tomava meu café, fiquei pensando que vou sentir falta de ter uma vida assim normal, quando de fato o estrelato chegar. E sem perceber, comecei a cantar baixinho:

- Sauuuudosa maloooca, maloca querida ...

A grande noite :)

O criador e as criaturas
Eu, Nelson e a Lucia
O sogrão e sua nora favorita :)

Japita e euuuu

Eu e a Franka (sem tarjas!!!)

Dani, eu e a Elisa

Minha amiga Silvia e eu

Eu sei, eu sei. I am sooooo metida :-)


terça-feira, novembro 21, 2006




Amanhã será minha grande noite e confesso que tenho andado muito nevrosa todos esses dias. Tomei chazinho de erva cidreira, suco de maracujá, mas nada estava surtindo efeito!

Estava com crises de pânico de hora em hora, até que resolvi procurar um médico. Ele me disse:

- Minha filha, tome isso a cada meia hora que é um santo remédio!

Olha, (hic) que zanto remédio esse! Tô (hic) me sentindo muito zen agora :)

Então amanhã a noite estarei esperando por vocês no Bar e Restaurante Santa Zoé. O endereço é Rua Cotoxó, 522 - Perdizes - SP. Pra quem esta fora de São Paulo, mas tem interesse em comprar o livro, escreva para info@botter.com.br

Vale lembrar que parte da renda arrecadada com a venda do livro será revertida pra fundação sem fins lucratícios Minha Conta tá no Vermelho. com


Brincadeiras a parte, vou ficar muito feliz de ver vocês por lá :)

sábado, novembro 18, 2006

Eu venho carregando esse segredo trancado a sete chaves comigo durante toda a minha vida adulta. Mas agora eu preciso revela-lo:


- Eu confesso. Nunca aprendi a descascar laranjas !!!



Pronto falei. Agora é sua vez :)

quinta-feira, novembro 16, 2006


Quando eu era criança, eu e a minha prima morríamos de medo de uma velha que morava perto da nossa casa. Ela era meio maluca e andava falando sozinha e diziam as más línguas que ela era macumbeira.

Quando a mulher apontava no começo da rua, a gente saia correndo pra dentro de casa. Na verdade eu corria para o quarto da minha mãe, fechava a janela e ficava olhando ela passar pela veneziana. Mas mesmo assim eu ainda morria de medo da mulher, porque como ela era macumbeira, eu acreditava que ela podia me enxergar ali, mesmo com a janela fechada.

O tempo passou, mas o trauma ficou e até hoje ainda tenho medo de véia doida. Pra ajudar tem uma que anda pelas ruas aqui perto do escritório. E o pior, essa anda armada!

Na verdade verdadeira não é bem uma arma que ela carrega, mas sim um tamanco de madeira. Mas quando ela está atacada, acredite, ela faz estragos com esse tamanco!!!

Num desses dias, a minha amiga passou perto dela, e ela arrancou o tamanco dos pés e tacou na pobre da moça. Sorte que pegou na perna dela, porque se tivesse pegado na cabeça é provável que ela nem estivesse mais aqui pra contar essa história...

O povo que conhece ela melhor, diz que esses ataques de loucura vêm quando ela não consegue entrar no forró risca faca que tem perto da casa dela. O problema é que o cabra que não aceita o convite dela pra dançar, toma uma tamancada na cara. Sem dó nem piedade. E quando ela apronta uma dessas no baile, o segurança barra a entrada dela nas próximas semanas.

Eu morro de medo dela, porque a mulher é doida de pedra! Um dia eu estava indo por uma calçada e quando vejo e ela que vinha na minha direção.

Eu achei desaforo ter que mudar de calçada pra não correr o risco de levar uma tamancada dela. Então respirei fundo e continuei andando e já disse pra mim mesma: "Se essa mulher me tacar um tamanco eu vou descer a mão na cara dela".

Mas quando eu estava chegando bem pertinho dela, me deu um medão, e eu tive que sair correndo. Atravessei a rua no meio dos carros e quase fui atropelada, mas não tive coragem de passar perto dela.

Mas também acho um absurdo uma mulher do meu tamanho morrer de medo e ainda sair correndo toda vez que encontra a véia do tamanco. Preciso tomar uma atitude que qualquer mulher madura teria se estivesse no meu lugar.

Vou hoje mesmo comprar um tamanco !





domingo, novembro 12, 2006

Uma vez eu contei aqui o causo da minha amiga que depois de ter o carro roubado por três vezes, na última resolveu imitar que estava recebendo uma preta véia pra enganar o bandido, agora causo de bandido vidente, essa eu nunca tinha ouvido!

Foi assim. A minha amiga tinha uma casa na praia e foi passar um fim-de-semana lá com o marido. Bom, todo mundo reclama da falta de segurança que as pessoas que moram em casa têm e parece que na baixada esse tipo de problema é maior ainda. Não é a toa que a maioria das pessoas dão preferência para apartamentos.

E essa minha amiga não teve sorte. Nesse fim de semana um bandido invadiu a casa deles disposto a roubar tudo que fosse possível. Amarrou ela é o marido e com uma cara de maluco ficava perguntando para os dois:

- Onde está o terceiro elemento? Onde está o terceiro elemento?

Só estavam os dois em casa, mas o meliante com os olhos esbugalhados e olhando pra todos os lados como se procurasse alguém, continuava perguntando:

- Cadê o terceiro elemento? Eu to sentindo a presença de um terceiro elemento.

O marido na minha amiga, na maior calma do mundo e claro, morrendo de medo daquele ladrão maluco, respondia pacientemente:

- Moço, não tem terceiro elemento nenhum aqui nessa casa. Só estamos nós dois. Eu juro!

Ela disse que o homem dava medo! Além de ele ser bandido devia ser doido porque ele estava transtornado com a presença do suposto terceiro elemento.

Bom o cara roubou tudo que tinha que roubar e foi embora. Passado o susto eles vieram embora e alguns dias mais tarde ela descobriu que estava grávida!

Olha que coisa! O terceiro elemento a qual o meliante maluco se referia, era o bebê que ela estava esperando.

Ela disse que na época até gostaria de ter encontrado com o bandido maluco novamente e assim sugerir a ele que mudasse de profissão. Com certeza ele ganharia mais dinheiro como sensitivo, do que assaltando casas na baixada que na maioria das vezes são abastecidas com eletrodomésticos velhos. Mas isso infelizmente não aconteceu porque logo em seguida eles venderam essa casa.

E nove meses depois, nasceu o terceiro elemento :)

quinta-feira, novembro 09, 2006




Se você não entendeu nada, vá ler o post abaixo :)

quarta-feira, novembro 08, 2006

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".

trecho de uma crônica do Rubem Braga - Meu ideal seria escrever




Quando eu resolvi criar o namastê, eu não tinha a menor à idéia do que escrever aqui. Eu queria fazer um blog, mas achava a minha vida desinteressante demais pra ser retratada aqui.

O tempo passou e acho que sem perceber eu comecei a fazer aqui, aquilo que eu faço de melhor quando estou na companhia dos meus familiares e amigos. Eu comecei a contar causos engraçados.

Só que ás vezes eu ainda acredito que esteja contando esses causos pra uma rodinha de amigos durante um churrasco de domingo. Só que mesmo nesses churrascos ás vezes existe um vizinho atrás do muro escutando tudo aquilo que a gente esta falando.

E isso também acontece nos blogs. Fica alguém ali escondidinho lendo tudo que você está falando, sem nunca dar um pio! Aí um dia essas pessoas resolvem te mandar um email .

Isso já aconteceu diversas vezes comigo. Eu já recebi emails de pessoas elogiando meus textos e dizendo o quanto são fansdo meu bom humor. Eu sempre duvidei do primeiro elogio, mas confesso que o segundo sempre me encheu de alegria :)

E também não foram poucas as vezes que eu li um recado de alguém aqui me agradecendo por eu ter melhorado seu dia. E cada uma das vezes que eu li um recado desses, vocês podem ter certeza, que fui eu quem ganhou o dia.

Portanto, quando eu li essa crônica do Rubem Braga pela primeira vez, além dela ter se tornado minha crônica favorita, eu também descobri que era isso que eu realmente queria fazer aqui no namastê. E a partir daí comecei a me empenhar mais e mais pra isso.

Bom, todo esse blá blá blá e pra dizer que meus causos (que alguns preferem chamar de crônicas) estão alçando voou e foram parar num livro.

É, agora podem parar de rir porque é verdade. Um dia perguntaram a uma amiga querida se ela conhecia alguém que escrevesse bons textos e ela indicou o namastê. Daí o Nelson veio aqui, leu tudo escondidinho e depois me escreveu convidando para participar de uma antologia com novos autores, e eu num surto de loucura, aceitei. É claro que o incentivo e a participação da minha musa inspiradora no livro também foi fundamental.

Honestamente eu não acho que tenha textos dignos de irem parar num livro. Conheço pessoas que escrevem muito, mas muito melhor do que eu e infelizmente até hoje não tiveram seus livros publicados...

Mas por outro lado, se esses meus causos conseguirem provocar em algumas pessoas a mesma reação daquela moça doente que mora numa casa cinzenta, eu acho que a minha participação nele já terá valido a pena :)

segunda-feira, novembro 06, 2006

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O porta-retrato


Ester acordou cedo no dia seguinte. Demorou um pouco pra se ambientar, mas logo se lembrou de onde estava. Lembrou-se daquele palhaço que esbarrou nela no aeroporto, fazendo com que ela quase perdesse o voou. Lembrou-se das limusines pretas do aeroporto de Toronto e do seu primeiro encontro com a famosa CN Tower, que por três meses seria sua companheira matinal, já que a torre era a primeira coisa que ela via ao abrir as cortinas do quarto. E dando um pulo da cama se lembrou do sumiço do antigo baú da sua amiga Renata!

Ela ficou apavorada porque sabia que dali a algumas horas ela deveria estar no seu local de trabalho. Era seu primeiro dia como au pair e não pegaria bem chegar atrasada, embora esse não fosse o emprego dos seus sonhos. Depois da morte da tia Mariana era a única coisa que restava pra ela fazer. E depois de assistir A mão que balança o berço, concluiu que não tinha mistério nenhum em cuidar de crianças.

Lembrou-se da tia com ternura e de como as duas eram parecidas fisicamente. As duas tinham mais ou menos a mesma idade, e talvez isso justificasse tantos gostos em comum e tantas afinidades... Mas com a morte da tia, sua esperança em entrar para o glamuroso mundo da moda também se desfez.

Resolveu que procuraria pelo baú mais tarde, afinal ela ainda tinha três meses para isso. Correu para o banheiro para se aprontar quando deu um berro, achando que o gato Max tinha se afogado na privada, mas o pobre gato só estava ali matando sua sede matinal.

Enquanto tomava café foi conferir se o seu material psico pedagógico estava na maleta. Achou o CD da Xuxa e seus baixinhos, o dvd da Carla Perez Dançando na boquinha da garrafa, mas não conseguiu achar a coletânea do South Park. Paciência, seu primeiro dia como au pair seria sem a companhia do adorável Cartman e seus amigos.

Max estava todo espichado e dormia no sofá. Mas dele vinha um som estranho, que era muito mais que um ronronar de gatos. Ester se aproximou do bichano e pode jurar que ele sussurrava: Maaaaaamaaaaaaa Cooooooochaaaaaaaaa

Ester se lembrou da carta de Renata que dizia que Max era médium e da tal históra do espírito da Deusa Inca que estava preso dentro do baú e começou a gritar para o gato:

- Saíiiii espírito que esse corpo não te pertence!

Max levou um susto com a gritaria de Ester, e saiu correndo para a cozinha atrás da sua comida, mas diante do seu prato de ração, disse pra si mesmo num tom desolado:

- Ohh não, esqueceram de dizer pra essa maluca que eu só como lasanha!

No caminho para o trabalho, Ester começa ouvir alguém de longe gritando por um nome. Esse alguém gritava insistentemente, o que fazia com que todas as pessoas na rua, dirigissem o olhar em direção dele.

Sim era um homem. E sim, Ester tinha a impressão de conhece lo de algum lugar, só não se lembrava de onde. Ela entrou no ônibus, ele começou a andar e pela vidraça ela via que o rapaz corria em direção deles. Será que a pessoa com quem ele queria falar estaria ali dentro?

Enquanto tomava um chá sentada na sala de estar, esperando pelo pai das crianças que ela iria cuidar, um porta retrato grande com a foto de uma mulher sobre a lareira chama sua atenção.

Ela se levanta e vai até lá para ver melhor o rosto dessa mulher. Ela deixa a xícara cair no chão ao ver que aquela mulher era sua tia Mariana. Neste mesmo instante, um homem de cabelos grisalhos entra na sala.

Este é o quarto capítulo da blognovela: Ester, uma au pair.

O primeiro capítulo encontra-se no blog mãe, da Ana Lúcia

O segundo com a Vanessa, no Inconfidência Mineira

E o terceiro no Brogui do Serbão.

O quinto vai para Leila, do Stuck in Sac

Que Páginas da Vida o quê !!! Acompanhe a saga de Ester, uma au pair, que vocês não irão se arrepender :)



sexta-feira, novembro 03, 2006

Um dia apareceu aqui no escritório um senhor querendo alugar um apartamento pra ir morar com a sua esposa, a Querubina.

Ele contou que eles já tinham filhos adultos, mas que a esposa, a Querubina, não tinha sossego com os moleques, por isso ele queria ir morar numa outra casa só com ela.

Primeiro nós ficamos espantados, afinal que tipo de pai e de mãe abandona os filhos mesmo adultos para poderem ter uma vida mais privada. Mas por outro lado o Geraldino ( é esse o nome dele) parecia morrer de amores pela Querubina, então no final até que a gente achou o gesto dele bem bacana.

Além do mais, ele só falava nessa tal Querubina. Era um tal de Querubina pra cá, Querubina pra lá. Sabe, era até bonitinho ouvir ele falar com tanto entusiasmo da Querubina, que a gente já estava até curioso pra conhecer ela. Essa mulher devia ser um arraso!!!

Realmente, hoje a minha amiga aqui do escritório chegou arrasada depois de ter sido apresentada ontem para a Querubina . Ela contou que encontrou os dois, o Geraldino e a Querubina, na pastelaria perto da casa dela. Mas ela estava pasma porque disse que além da Querubina ser feia de doer, ainda parecia ser mãe dele!

O Geraldino deve ter por volta de uns 45 anos, mas segundo ela, a Querubina tem pelo menos uns 65! É baixinha, barriguda, e ela usava um decote tão profundo que a minha amiga mal consegui enxergar os peitos, porque os mesmos, estavam espalhados por cima da barriga dela.

Quando eu disse que ela estava sendo cruel por fazer um comentário desse tipo, ela disse que não, que só estava sendo realista. E ainda completou que se a Querubina participasse de uma maratona, ela chegaria no final da corrida com os dois olhos roxos, de tanto que os peitos dela ficariam pulando pra cima e pra baixo.

Mas ela disse que o pior não foi isso. O pior foi que a Querubina estava com os dedos todos sujos do recheio do pastel , mas ela simplesmente lambeu os dedos, esfregou a boca na manga da camisa, e puxou a minha amiga com a mão lambida e deu um beijo estalado e gorduroso na cara dela!

Credo, ela estava toda enojada !!! mas disse que o Geraldino continuava ali, todo orgulhoso dela.

É o amor é cego mesmo ...





quinta-feira, novembro 02, 2006


clique na foto para enlarquecer :)

Antes que alguem me pergunte, eu já vou respondendo. Não, essa não era a festa do rídiculo! Essa foi a festa de aniversário de 15 anos de uma amiga em mil novecentos e guaraná a rolha.

Essa minha amiga ( a de capa verde) desenterrou essa obra digna de museu sei lá eu de onde e me mandou

O mais engraçado é que provavelmente todas essas pessoas deviam ser nossos amigos em comum na época, mas eu só consigo reconhecer alguns deles.

Um pirulito pra quem me achar aí nesse meio.

Mas já vou avisando. Se alguem rir de mim, vou banir o IP :o)

quarta-feira, novembro 01, 2006

Photobucket - Video and Image Hosting

Ontem eu li no blog do Ricardo Anderaos, um post onde ele falava sobre profiles ativos de pessoas que já faleceram no orkut. Segundo ele, existem até comunidades de pessoas favoráveis a continuarem na rede caso venham a falecer (Se eu morrer, meu orkut fica). Mas também existe uma comunidade de pessoas que são contra tal atitude, achando de tremendo mau gosto continuarem recebendo recadinhos e spam depois de mortos (Se eu morrer, deletem meu orkut).

Uma das comunidades ganhou até um site próprio para divulgar página de pessoas mortas que ainda continuam lá. Claro que o tal site só serviu pra aguçar mais ainda a minha curiosidade, e eu também fui fuçar lá.

Mas confesso que até agora não consegui chegar a nenhuma conclusão, se eu gostaria ou não, de continuar aqui na rede depois de morta.

Quando eu tinha 13 anos eu tive a minha primeira experiência com a morte. Um amigo, que na época devia ter uns 16 anos morreu afogado. Naquela época, não existia nada disso, mas em compensação a gente usava os famosos "Cadernos de Recordações" que eram passados aos amigos para que os mesmos escrevessem mensagens e promessas de amizades eternas pra gente. Quando esse meu amigo morreu, a única coisa que sobrou dele pra mim foi uma mensagem dessas, no meu caderno. Confesso que até hoje quando leio aquilo, sinto um mixto de melancolia com saudades ...

Pensando assim acho que seria legal manter uma página dessas na rede. Na página dessas pessoas, os amigos escreveram pra eles o quanto eles eram queridos e o quanto eles sentem saudades do tempo que passaram juntos aqui. Essas pessoas acreditam que o falecido realmente vai ler aquilo que está escrito, seja lá onde ele estiver ...

Mas por outro lado eu não sei se gostaria de ter uma página ativa após minha morte lá. Vamos supor, que se eu realmente pudesse ler meus recados, e alguém deixasse um scrap lá me convidando para uma big festa. Acho que eu ficaria louca da vida por saber que não poderia ir!

Ou se uma amiga, que não vejo há muito tempo, mandasse um recado dizendo "ei, você sumiu heim, vê se aparece! " e eu resolvesse aparecer no meio da noite pra ela, usando um camisolão branco com os olhos pretos e fundos de olheira, e matasse a coitada de susto...

É, realmente ainda não sei. Mas espero que esse dilema já tenha sido resolvido no dia que eu partir dessa pra melhor :)