quinta-feira, dezembro 20, 2007

Cuspindo Marimbondo

Ontem eu saí do trabalho soltando fogo pelas ventas!

Pra encurtar a história. Eu e uns amigos ajudamos com uma certa frequência um lar que abriga crianças que são retiradas das famílias por maus tratos, pobreza, etc e tal, e quando chega o Natal nós procuramos padrinhos para fazer as famosas sacolinhas com roupa e brinquedo para essas crianças.

Eu sempre faço um trabalho pra conseguir sacolinhas para todas elas, porque acho frustrante demais conseguir para a maioria, mas no dia da festa não poder entregar pessoalmente a elas por que está faltando uma, já que qualquer serumano de bom senso entende que eu não posso levar presentes num lugar onde tem 30 crianças e entregar só pra 29.

Bom, a festa era hoje e o prazo que eu tinha dado para entrega das sacolinhas era até ontem. No começo da semana, apesar de estar entupida de trabalho, ainda parei pra mandar email a todas as pessoas envolvidas lembrando-as que o prazo de entrega dos presentes era na 6ª feira, já que fazia mais de dois meses que essa lista havia passado e muita gente poderia até já ter esquecido.

Bom, ontem quando vou recolher as benditas, uma fulana que pegou nada mais nada menos que 4 crianças, me disse com a maior cara lavada que não tinha tido tempo de comprar as mesmas e que na segunda-feira ela iria cedo comprar e me trazia. Claro que fiquei perplexa na hora, ainda mais se tratando de quem era que estava me dizendo aquilo - que nem vem ao caso aqui - mas com toda elegância e diplomacia que Deus me deu, ainda tentei argumentar com ela que "a falta de tempo dela" me causaria um problema enorme, justamente pelo fato de eu não poder dar presentes para uns e não dar para outros, então sugeri que ela fosse comprar hoje cedo e que levasse na casa antes do horário da festa. Ela me respondeu que ainda não sabia se ia ter tempo, que as lojas estariam muito cheias hoje e que era pra eu ligar hoje cedo pra saber se ela ia ou não ia comprar.

Eu até anotei o celular dela, mas hoje decidi que não iria ligar. Eu acho que ninguem é obrigado a fazer nada nesse sentido. Faz quem pode, faz quem quer, mas por favor, não venha me dizer que não teve tempo. Se não fez é porque não tem comprometimento com o negócio, isso sim.

Por outro lado, apareceram várias pessoas, com condições financeiras bem inferior do que essa fulana, se propondo a me ajudar a comprar o presente das crianças faltantes. No final, reuni novamente meus amigos e com a ajuda de um e de outro, conseguimos comprar os que estavam faltando e levar presente para todas elas.

No final deu tudo certo, mas eu ainda estou entalada com essa história na garganta. Na segunda-feira, quando essa lambisgóia aparecer com as sacolinhas dela, vou mandar ela enfiar vocês sabem onde e desejar Feliz Natal!
Eu acredito cegamente que a humanidade já teria dizimado com sua própria raça se não fosse a existência do plástico bolha ...

Plof!