segunda-feira, setembro 10, 2007






Pra quem não sabe, eu uso óculos. Quer dizer, eu deveria usar, mas não uso. Ele fica muito mais tempo na minha bolsa do que do meu rosto. Desde o início eu relutei um pouco em usa-lo porque eu sempre ouvi de outras pessoas que a gente vicia neles e no final não consegue enxergar mais nada se não estiver de óculos.

O meu maior medo quando fui renovar minha habilitação é que ela viesse carimbada "obrigatório o uso de lentes corretivas" mas o médico foi camarada comigo e deixou eu fazer o teste sem óculos e concluiu de livre e espontânea piscada ;) que eu não precisava deles o tempo todo, mas me fez uma recomendação: Use sempre durante a noite, principalmente se for dirigir. Claro que no auge da felicidade eu concordei, mas usar mesmo que é bom, nada!

Mas tenho reparado que de uns tempos pra cá, o negócio está cada dia mais crítico. Não vou nem contar das diversas vezes que cruzo com uns cabras no meu caminho, que vem todo sorrateiro rindo pro meu lado e eu respondo aos sorrisos acreditando que os conheça e só vou perceber meu engano quando estou bem pertinho...
Mas o pior mesmo, aconteceu na semana passada.

Eu estava voltando do trabalho, já aqui na rua de casa, quando vi o gato da minha vizinha parado no parapeito da janela do quarto. Só que o problema é que a casa dela é um sobrado, e embora tenha aquelas histórias de que gato tenha sete vidas, fiquei com pena do bichano. Ele não consegui entrar, porque o vidro da janela estava fechado e eu imaginei que o coitado estivesse lá esperando aparecer alguem para abrir o vidro para ele entrar.

Eu estava super cansada, mas resolvi parar e tocar a campainha da casa e avisar a mulher. Afinal, eu adoro bicho e se existisse uma versão feminina do São Francisco de Assis, essa versão com certeza seria eu.

Quando a mulher chegou perto do portão eu já fui avisando: Olha, só toquei aqui pra avisar que seu gato está ali na janela. Acho que ele está esperando alguem abrir a janela pra ele entrar.

A mulher olhou pra janela, depois olhou pra mim e disse: Ahh muita obrigada, mas aquele não é meu gato, é a minha almofada que eu coloquei ali pra tomar sol.

Eu não tava entendendo nada, mas forçando a vista e olhando novamente para o gato insisti: Claro que é seu gato siamês! Tô vendo até o rabo dele se mexer!

E ela continuou: Não é não. Meu gato siamês tá ali na sala. Aquela é minha almofada bege de franjinhas.

Depois dessa não tinha muito o que argumentar né? Pedi desculpas e sai de fininho...

Agora tô aqui convencida de que preciso mesmo usar meus óculos, pelo menos á noite como o médico falou. Ou torcer para o horário de verão chegar por aqui mais cedo.

É mesmo! Quando chega o horário de verão por aqui?

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