segunda-feira, junho 06, 2005

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Hoje cedo a minha colega de trabalho chegou e já foi contando que estava em casa se preparando para sair para o trabalho quando ouviu uma gritaria na rua dela e foi lá conferir: era a filha da vizinha chorando porque tinham acabado de levar o carro dela. Felizmente não fizeram nada com a garota e parece até que a polícia já encontrou o carro. Estórias com final feliz como essa são cada vez mais raras de acontecer e apesar do susto e do trauma que muitas vezes esses acontecimentos deixam na vida de uma pessoa, eu ainda acredito que um final assim seja um motivo para se comemorar.

Eu nunca passei por situações assim como essa e o máximo que já me aconteceu foram aqueles assaltos coletivos dentro do ônibus. A primeira vez eu estava voltando do playcenter, devia ter uns 12 anos, quando o cara num ônibus lotadão anunciou o assalto e começou a roubar o povo meio que aleatoriamente e eu mais que depressa tirei meu relógio de pulso e enfiei dentro do meu tênis, afinal de contas era um champion que trocava a pulseira, o objeto de desejo de 10 entre 10 pirralhos da minha época, e no final ele nem me roubou nada.

A segunda vez de novo, dentro do busão! Eu e mais duas amigas estávamos indo pra escola e sentamos naquele último banco, aquele bem comprido que cabia um monte de gente. Eu sentada entre as duas, quando vejo um sujeito entrar e logo ali na minha frente apontar uma garrucha enorme para o cobrador. Se não fosse trágico seria cômico o tamanho da espingarda que o sujeito carregava e o mais curioso é que quase ninguém percebeu o assalto, inclusive as minhas duas amigas que continuavam no maior bate papo e eu ali tentando fazer cara de "ta tudo bem", já que eu sabia que se as duas vissem aquilo iam começar a gritar e foi o que elas fizeram quando o assaltante desceu no próximo ponto e eu contei o que tinha acontecido pra elas.

E teve a última, que aconteceu numa empresa onde eu trabalhava e até hoje quando encontro com os colegas daquela época eles começam a dar risada de mim lembrando daquele dia. O dono da empresa tinha a magnífica idéia de no dia do pagamento ir ao banco e trazer o pagamento dos 100 funcionários em dinheiro. Ele era um espanhol gente fina e se orgulhava de pagar os funcionário com dinheiro vivo, mas claro ele tomava algumas precauções, como por exemplo contratar seguranças de uma empresa tercerizada , então era comum no dia do pagamento a gente cruzar com um bando de homens estranhos e armados dentro e fora da empresa. Um belo dia, quando o portão da empresa é aberto para o carro que estava trazendo o dinheiro entrar e aproveitando a brecha, entraram também uns ladrões, que já deviam estar de olho no costume do espanhol já fazia tempo. Todo mundo que estava no primeiro andar foi rendido, e o pessoal que trabalhava no segundo andar, onde eu também ficava, percebeu algo estranho olhando por uma janela que dava para o andar de baixo e todo mundo se trancou nas salas, menos a tonta aqui. To eu sentada na minha sala sozinha quando vejo um sujeito passando correndo em frente a minha porta. Eu achei aquilo estranho e resolvi ficar ali espionando a porta pra ver quem era o sujeito quando ele voltasse. Quando ele voltou parou na minha porta e com uma arma na mão dizia pra mim:

- Vem que é um assalto!

Eu, mais do que depressa corri em direção dele né, afinal aquele homem devia ser um dos seguranças da empresa que estava ali, arriscando a sua própria vida para me salvar e ele me segurou pelo braço e fomos os dois correndo corredor a fora até chegar na porta do banheiro, mas durante o caminho eu ainda perguntava pra ele - Mas onde eles estão ? e ele nem me dava bola. Ele abriu a porta e já foi me jogando lá dentro falando pra eu não sair dali, achei aquele gesto meio grosseiro, mas afinal aquele homem tinha acabado de salvar a minha vida então nem levei o empurrão dele em consideração, mas no mesmo momento em que ele abria a porta a mulherada que já estava lá dentro começou a gritar e quando eu já estava lá dentro elas me contaram que aquele era o assaltante e não o segurança que eu acreditava ter ido me resgatar, hahahaha.

Pensando bem, até que eu sou uma felizarda por poder contar tragicomédias como essa ...