domingo, setembro 30, 2007

Eu não sou nem de longe uma daquelas puristas que não admitem o uso de termos estrangeiros inseridos no nosso dia-a-dia, mas confesso que de uns tempos para cá algumas situações tem me deixado cabreira.

Eu até gosto dos termos como feeling e insight e não acho definição melhor para usar no lugar deles e vamos combinar que pra quem mora em SP é muito mais chique viajar para Long Beach do que para Praia Grande, mas estou começando a achar que em alguns casos o negócio já está beirando o exagero.

Um dia, por exemplo, estava conversando com uma colega de trabalho quando ela me contou que a professora da faculdade tinha dado um case fantástico para eles na aula do dia anterior. Juro que estou até hoje sem entender que porcaria que ela quis dizer com isso.

Num outro dia, recebi uma ligação de uma empresa de eventos, oferecendo uns serviços para o meu diretor, mas primeiro ela precisava de um briefing do evento que ele gostaria de fazer. Agora me digam. Havia necessidade desse briefing, havia?

E ontem participei de uma conferência para secretárias (yes, I am a secretina :) e o cargo de uma das palestrantes nada mais era que: Project Officer em Global Resource.

Por Godi Seiqui! Uata réu is dati?

Saí de lá sem tem a menor idéia do que essa mulher fazia ...

segunda-feira, setembro 24, 2007

Hoje um dos diretores da empresa onde eu trabalho me mandou um email com um texto, e no começo ele dizia: Marcia, favor fazer a distribuição gráfica em papel A4 timbrado.

Eu passei quase 45 minutos, olhando pra tela do computador e pensando: Mas que diabo é essa tal de distribuição gráfica!!??

Claro que eu poderia ter mandado um email pra ele perguntando, mas não queria passar meu atestado de burrice assim, por escrito. E além do mais, eu ainda estou na fase de experiência né?

Comecei achar que aquele cara tava me sacaneando. Sabe aquelas brincadeirinhas tolas que os mais antigos fazem com os mais novos no emprego do tipo: Vai pegar o carbono xadrez pra mim - então, achei que ele tava me pregando uma peça.

Mas antes que eu pudesse sacanear ele de volta, dizendo assim: distribuo sim, mas primeiro você vai ver se eu estou lá na esquina o telefone tocou e era ele do outro lado.

- Marcia, já fez o que eu te pedi? - Com a voz mais séria do mundo.

- Ahh, o quê? Aquilo que o senhor pediu no email?

- É sim. Já fez ou não? Eu preciso com urgência.

Tive que inventar uma desculpa qualquer

- É que não tem papel A4 timbrado!

- Ahh então imprime no sem timbre mesmo.

Filho da mãe! Ele queria que eu imprimisse a porcaria do texto, então porque não falou logo?

O meu único consolo é que ele também não deve ter a menor idéia do que significa post, template e blog.

Bem feito pra ele!

sexta-feira, setembro 21, 2007






Hoje eu almocei sentada num balcão de padaria, rodeada de um bando de homem feio e pinguçu. O meu pedido foi um X salada, mas eu podia jurar que o gosto dele era dos últimos ingredientes que passaram pela chapa como misto quente, churrasco com queijo e mosca frita. O moço da chapa tem a unha do dedo mindinho bem comprida e fica coçando a orelha entre um lanche e outro. Mas a minha única reclamação é o guardanapo. Não sei porque ainda insistem em usar aquele papel de seda fininho que na verdade só presta pra enrolar cigarro de maconha. O copo onde tomei minha coca-cola, se duvidar tinha até as digitais do Pedro Alvares Cabral.


Mas sabe o que é pior disso tudo? É que eu gostei :)

domingo, setembro 16, 2007

Esse é o Pudim, o cachorro do meu amigo.

Todo sábado, eu vou até a casa dele pra fazer aula de inglês, mas acho o Pudim tão fofo, mas tão fofo! Que passo a aula inteira beijando ele.

O meu inglês continua péssimo, mas já estou especialista em beijar cachorro :)

quarta-feira, setembro 12, 2007


Depois de quarenta dias no meu novo emprego, eu posso dizer que já fiz meu primeiro desafeto lá. E a responsável por toda a minha raiva e meu rancor é ninguem menos que a senhorita descarada vendedora de pão de mel.

Hoje pela manhã, subi na balança e vi o ponteiro correr desesperadamente em direção ao número oi¨%4&# ( podem esquecer, porque jamais, em hipótese alguma, nem sob tortura, revelarei esse número aqui) e descobri que por culpa única e exclusivamente dela, engordei dois kilos!

Pensando bem, acho até que poderia processar uma empresa dessas que sujeita fragéis funcionários como eu a uma tortura verbal e visual o dia inteiro como essa. Essa individua, se aproveita dos momentos mais estressantes do meu dia pra dizer com aquela vozinha doce e bem fininha.

- Olha gente, hoje eu troxe pão de mel e trufa com recheio de beijinho, morango e maracujá tá bom?

Eu não tinha contado né? Pois é, a miserenta também vende trufa recheada! e continua:

- E quem não tiver dinheiro pode deixar que eu marco - e dá uma risadinha amaldiçoada no final - hihihihi!

Agora me digam. Uma fulana dessas merece ou não ser queimada em praça pública?

Se essa caricatura de mangá em forma de gente tá pensando que vai me transformar numa lutadora de sumô, com seus dotes meiguinhos ela tá muito enganada! Tô aqui traçando um plano maligno, mas tão maligno que ela vai se arrepender de ter se metido comigo!

Vou encontra-la amanhã ali na esquina bem cedo, e quando ela menos esperar, vou roubar todo seu estoque de trufas e pão de mel do dia!

Ahá! Amanhã você me paga, sua japonesinha safada.

segunda-feira, setembro 10, 2007






Pra quem não sabe, eu uso óculos. Quer dizer, eu deveria usar, mas não uso. Ele fica muito mais tempo na minha bolsa do que do meu rosto. Desde o início eu relutei um pouco em usa-lo porque eu sempre ouvi de outras pessoas que a gente vicia neles e no final não consegue enxergar mais nada se não estiver de óculos.

O meu maior medo quando fui renovar minha habilitação é que ela viesse carimbada "obrigatório o uso de lentes corretivas" mas o médico foi camarada comigo e deixou eu fazer o teste sem óculos e concluiu de livre e espontânea piscada ;) que eu não precisava deles o tempo todo, mas me fez uma recomendação: Use sempre durante a noite, principalmente se for dirigir. Claro que no auge da felicidade eu concordei, mas usar mesmo que é bom, nada!

Mas tenho reparado que de uns tempos pra cá, o negócio está cada dia mais crítico. Não vou nem contar das diversas vezes que cruzo com uns cabras no meu caminho, que vem todo sorrateiro rindo pro meu lado e eu respondo aos sorrisos acreditando que os conheça e só vou perceber meu engano quando estou bem pertinho...
Mas o pior mesmo, aconteceu na semana passada.

Eu estava voltando do trabalho, já aqui na rua de casa, quando vi o gato da minha vizinha parado no parapeito da janela do quarto. Só que o problema é que a casa dela é um sobrado, e embora tenha aquelas histórias de que gato tenha sete vidas, fiquei com pena do bichano. Ele não consegui entrar, porque o vidro da janela estava fechado e eu imaginei que o coitado estivesse lá esperando aparecer alguem para abrir o vidro para ele entrar.

Eu estava super cansada, mas resolvi parar e tocar a campainha da casa e avisar a mulher. Afinal, eu adoro bicho e se existisse uma versão feminina do São Francisco de Assis, essa versão com certeza seria eu.

Quando a mulher chegou perto do portão eu já fui avisando: Olha, só toquei aqui pra avisar que seu gato está ali na janela. Acho que ele está esperando alguem abrir a janela pra ele entrar.

A mulher olhou pra janela, depois olhou pra mim e disse: Ahh muita obrigada, mas aquele não é meu gato, é a minha almofada que eu coloquei ali pra tomar sol.

Eu não tava entendendo nada, mas forçando a vista e olhando novamente para o gato insisti: Claro que é seu gato siamês! Tô vendo até o rabo dele se mexer!

E ela continuou: Não é não. Meu gato siamês tá ali na sala. Aquela é minha almofada bege de franjinhas.

Depois dessa não tinha muito o que argumentar né? Pedi desculpas e sai de fininho...

Agora tô aqui convencida de que preciso mesmo usar meus óculos, pelo menos á noite como o médico falou. Ou torcer para o horário de verão chegar por aqui mais cedo.

É mesmo! Quando chega o horário de verão por aqui?

domingo, setembro 09, 2007

Renato Russo - A Peça


Hoje eu fui assistir uma peça de teatro baseada na vida do Renato Russo. A peça é uma mistura de monólogo e show já que o ator com o auxílio de uma banda canta a maioria dos sucessos do Legião Urbana e apesar da voz dele não ser tão grave quanto a do Renato Russo, ele as interpreta divinamente. Aliás achei o ator, chamado Bruce Gomlevsky, bem parecido com ele.

A montagem fala sobre os episódios mais importantes da vida do cantor, como por exemplo da doença que ele teve nos ossos na adolescência chamada epifisiólise, que o fez ficar numa cadeira de rodas por dois anos, passando pela formação do Legião Urbana; sua grande paixão homosexual por Scott até a sua morte em 1996.

E só porque podia fotografar e filmar a peça a vontade, eu esqueci de levar a câmera! Mas achei um videozinho no youtube que dá pelo menos pra ouvir o cara cantando. Pra quem quiser, está aqui

Foi muito legal. Se tiverem a oportunidade, assistam porque vale a pena :)

terça-feira, setembro 04, 2007

Meu amigo me contou que uma vez foi num leilão de cavalos de raça. Ele não entende nada de cavalos, mas como o lema dele é de graça, até ônibus errado, aceitou o convite.

Quando chegou lá, ele teve certeza que tinha feito um bom negócio, afinal o wisky era á vontade e segundo ele, do melhor.

Copo vai copo vem, começou o leilão. Lá no meio da noite ele viu um cavalo lindo em cima do palco e ouviu o leiloeiro anuncia-lo por duzentos e cinquenta reais. Ele achou aquele cavalo super barato e envolvido por toda aquela energia de quem dá mais? e claro, com o nivel de alcool acima do aceitável no sangue começou a agitar os braços na mesa e berrar: eu compro! eu compro!

Tarde demais. Quando viu já tinha comprado o cavalo. E o pior! Os outros caras da mesa disseram que era dez pagamentos de duzentos e cinquenta reais.

Ele ficou desesperado, porque o leiloeiro perguntava quem dá mais? quem dá mais? e nada de alguem cobrir o lance dele. Nessa altura, o efeito do alcool já havia literalmente evaporado do seu sangue, e já conformado que teria que ficar com o cavalo, começou a traçar um plano de como levaria o bicho pra casa.

No carro até que não teria problema, porque ele podia amarrar o cavalo no rack que ficava no teto do seu Fiat 147, mas ele não sabia como faria pra subir onze andares no elevador do prédio onde morava junto com o cavalo.

Mas no último minuto, um sujeito mais louco e provavelmente mais bêbado que ele respondeu aos apelos de quem dá mais e livrou a cara dele. Ufa!



domingo, setembro 02, 2007


Quando eu era criança pequena lá em Barbacena (mentira porque eu nunca morei em Barbacena) eu tinha como vizinho dois meninos gêmeos e esses meninos eram super parecidos, ou seja, eram os famosos gêmeos univitelinos.

Apesar dos meninos serem super parecidos, eu os reconhecia até no escuro, talvez pelo fato de passar muito tempo com eles. Acho que depois dos pais e da avó eu era a única que sabia diferencia-los e quase ninguem se conformava com aquilo. Trocavam a roupa deles, colocavam os dois de costas e mesmo assim eu matava a charada!

Ahh mas isso foi há muito tempo. Hoje não consigo diferenciar gêmeos nem que eles tenham nascido com três dias de diferença e tenho sofrido muito por isso.

Por exemplo. No salão que eu frequento tem duas mulheres que são gêmeas e segundo as pessoas que trabalham lá, elas são super diferentes. Não sei onde, porque pra mim elas são iguaizinhas e não tem uma vez se quer que eu não as confunda e as chame pelo nome trocado.


Mas o pior é que elas não gostam! E sempre me respondem com aquele ar de Será que você não tá vendo que eu não sou a Beth? Vendo onde o cara pálida!?

E como se não bastasse, agora tem os filhos do meu amigo, que também são gêmeos. Já faz mais de um ano que encontro os meninos e por mais que eu procure, não encontro nada! absolutamente nada, que os faça diferente. Mas claro que isso é só perante meus olhos, porque para os outros, eles são super diferentes.

Mas cansada e confesso, envergonhada de sempre chama-los pelos nomes trocados, da última vez que os vi desenvolvi uma tática. Logo que a gente se encontrou, fiquei quietinha prestando a atenção quando alguem os chamava pelo nome e a partir daí decorei a cor de suas roupas. Então cada vez que me dirigia a um deles, levava algumas frações de segundos pensando esse é o de verde, então é o Caio e consegui chama-los pelo nome certo durante toda a noite despertando a admiração e os suspiros de finalmente essa anta conseguiu distingui-los de toda a turma.

Bom, agora é só torcer para todas as vezes que eu encontra-los, eles estarem usando cores diferentes :)