sexta-feira, outubro 14, 2005

Acabei de voltar do meu almoço. Hoje não fui atormentar ninguém não, tá muito quente, não dá nem pra ficar sentada na praça vendo a banda passar...

Tem uma praça aqui perto do escritório e às vezes eu fico lá. A praça vive cheia de gente o dia inteiro, talvez por conta dos muitos ?stands? de vendas que se encontram lá. De vez em quando aparece uns chilenos tocando música instrumental e vendendo cd deles mesmo. Até que eu gosto das músicas deles, e já tive até vontade de comprar um cd , mas para quem trabalha na praça, diz que depois de uma semana, a única vontade que se tem é de xingar eles, de tanto que eles tocam a mesma coisa o dia inteiro.

Tem o famoso homem da cobra, que fica ali cheio de vidros recheados com peçonhentas, falando, falando e sabe-se lá deus o que, já que eu não consigo ouvir nada do que o homem fala por causa do tanto de gente que se amontoa em volta dele.

E tem também o moço das ervas milagrosas, usadas para se fazer chá, que fica lá com aquele bando de mato prometendo a cura para todos os males dos pobres passantes. Só que esse moço tem uma particularidade. Ele trabalha com um microfone, assim fica fácil ouvir o que ele diz estando em qualquer lugar da praça.

Um dia tava lá eu, bela e formosa, sentada lendo uma revista quando eu começo ouvir o moço das ervas pelo alto-falante, ele ficava perguntado para o freguês:

- Que você tem? O que ? fala mais alto que eu não to ouvindo??

Isso me chamou a atenção e quando eu olhei em direção ao ?stand?, eu vi um senhor conversando com ele, mas o senhor estava com o corpo inclinado, bem perto do ouvido dele, e o vendedor falava:

- o que? Não entendi? É hemorróidas que você tem ???

e o senhor continuava lá todo encolhidinho

- Ahh, mas pra hemorróidas eu tenho isso aqui que é muito bom ! Faz muito tempo que você tem hemorróidas?

Coitado daquele senhor. Pela expressão corporal dele, ele estava fazendo de tudo pra que ninguém soubesse do seu problema, mas o vendedor tinha feito o favor de comunicar o tal problema para a praça inteira! Se eu fosse aquele senhor aproveitaria a chance e perguntaria se o homem por um acaso não tinha chá de semancol ali pra vender não, que pelo visto ele estava precisando tomar de balde ...

Já faz um tempo que eu não vejo ele lá. Deve ter tomado chá de sumiço, hehehe!