quarta-feira, junho 22, 2005

Eu sou terrível...


Eu fiz uma maldade e preciso me confessar. As vezes aos sábados, o meu sobrinho Henrique, aquele que acabou de completar 8 anos e eu coloquei umas fotos aqui, vem ficar comigo aqui em casa. O Henrique é um menino esperto, super inteligente e bem falante e o passatempo favorito dos tios dele é ficar inventando estórias, contanto pequenas mentiras e fazendo terrorismo com o menino, hahaha, e de certa forma ele já está até acostumado com isso, e sempre que a mãe está por perto e a gente conta alguma coisa pra ele, ele imediatamente confirma com a mãe: é verdade mamãe? é verdade mamãe?

Quando ele era menorzinho a gente fez com que ele acreditasse por algum tempo, que aqui em casa quem ia na padaria comprar pão e leite era a Pulguinha, a nossa cachorra . Numa outra vez a gente ensinou ele a cantar aquela música do Silvio Brito, chamada "Grilo na Cuca", dizendo que era a música favorita da mãe dele e que era pra ele cantar pra ela quando ela chegasse do trabalho e foi o que ele fez, passou a tarde inteira azucrinado a mãe com aquela música, hehehe.

Nesse último sábado acho que eu exagerei! Eu estava mexendo em alguns documentos e achei a carteira de reservista do tio dele e o menino que fala mais que a mulher da cobra já começou a perguntar:

- Que isso tia Márcia?

- É a carteira do exército do tio.

- O que é exército?

- E onde ficam os soldados, aqueles caras que usam um uniforme verde, com metralhadora e canhão, sabe?

- Ah sei! O tio foi para o exército? Eu não vou não!

- Foi sim ( mentira). E você vai ter que ir sim. Todo menino quando completa 18 anos vai para o exército para lutar na guerra.

- Ah, mas eu não vou poder ir, vou estar na escola.

- Até lá você já terminou a escola.

Daí ele começou a fazer um monte de perguntas : e se eu tiver na 8ª série? e se eu for para o Japão? e se eu virar uma menina? Será que vai ter guerra quando eu tiver 18 anos?, e eu continuava ali, jurando de pé junto que ele tinha por que tinha que ir para o exército. Ele ficou mais uns minutinhos ali pensativo e falou:

- Ahh tia Márcia, mas eu não quero ir pra guerra não ...

Hahaha, coitadinho do menino, ele tava ficando preocupado mas os tios continuavam a inventar estórias. Ai ele começou a fazer as contas de quantos meses ainda faltavam pra ele ir, chegou a conclusão que faltavam mais de 100 meses, soltou um sonoro e aliviado ainda bem, tem bastante tempo ainda ! e continuou:

- Mas a presidência da república vai saber que eu tenho 18 anos?

Ai foi a vez do tio:

- Claro que sabe! , o Lula imprime uma listagem todos os dias com os nomes dos meninos que vão para o exército.

E tem um detalhe. Ele é viciado em video game, e todos os jogos que ele tem são de lutas, explosões e tiros e quando ele vai jogar um jogo pela primeira vez e pega o joystick a primeira pergunta que ele faz é sempre essa: Onde é que eu atiro? , tanto é que nós já apelidamos os jogos dele de " onde que eu atiro". Daí o tio continuou:

- Não tô entendendo Pipicho porque você está tão preocupado, afinal você sempre não pergunta onde que eu atiro?, então lá você vai poder atirar a vontade.

e ele retrucou:

- Ahh tio, mas aí é só um jogo né? mas sabe que as vezes eu até fico com medo de jogar, e começou a rir.

Bom, quando a mãe chegou para busca-lo eu contei toda a estória pra ela na frente dele e claro desmenti tudo. Ele dava risada, mas depois ela me contou que ele só ficava perguntando: Mamãe mas se tiver guerra? Mamãe será que eu vou para o exército?. Aí eu fiquei com remorso, coitado do menino, ele ficou realmente preocupado.

Mas no domingo nós já descobrimos vários fatores que podem dispensar ele de servir o exército, como por exemplo, se ele tiver pé chato ou se ele continuar a ser o filho único, e por favor, estou aceitando mais sugestões para aliviar minha culpa, embora no domingo mesmo eu já tenha dado a ele R$ 1,50 pra ele andar num tobogan, então espero que com um gesto tão nobre como esse eu já tenha recuperado meu cantinho lá céu, hehehe.

Mas eu acho que eu não devo ser uma tia tão má assim, pergunta se depois de tudo isso o danado do menino quis ir embora da minha casa no sábado? foi nada !

Ahh,tem mais uma coisa, se alguem aqui precisar dos meus serviços de baby sitter, é só avisar viu?










terça-feira, junho 21, 2005

Eu já andava meio enamorada pelo Walcyr Carrasco. Na semana passada peguei esse livro na mão, e me diverti com algumas crônicas que ele escreveu ali. Fiquei pensando: compro ou não compro? compro ou não compro? compro ou não compro? e não comprei...
Hoje eu vejo essa crônica na vejinha. Se eu já estava enamorada por ele, depois de ler ela, eu posso dizer que estou completamente apaixonada ...


Crueldade de rotina

Nos últimos tempos, tomei certa implicância pela história do politicamente correto. Para mim se tornou uma espécie de censura. Não se pode falar disso ou fazer aquilo. Como escritor, me sinto tolhido. Dia desses, porém, recebi um email de um leitor que mexeu comigo. Dizia quanto se surpreendeu ao constatar que sou consumidor de fígado de ganso, em forma de patê ou outras iguarias. Lembrava como sofrem as aves para ganhar um fígado gordo e saboroso. Minha primeira reação foi:

- Puxa, não posso nem comer em paz?

Depois, parei para pensar. Fui conversar com um amigo, Franco. Ele me explicou:

- Os gansos são engordados á força para ficar com o fígado enorme. A ração é despejada em sua boca por uma espécie de funil.
Arrepiei-me. Ele continuou:

- Muitos criadores pregam as patas dos gansos no chão, para que não se movam e engordem mais ainda!

Não era uma informação recheada de detalhes técnicos. Lembrei-me de um francês cuja mulher, brasileira, ameaçou separar-se quando ele começou a produzir o patê de froie, num sítio próximo à Fernão Dias. Não suportava a crueldade. Também fiquei sabendo que nos Estados Unidos já se programa a proibição da venda. Resolvi: não como mais!

Fiquei pensando: quantas coisas consumo sem me deter a origem? Muitas vezes dou palestra em escolas sobre um livro para jovens de minha autoria , que fala sobre drogas. Uma das questões que coloco é a responsabilidade social:

- Quem usa uma droga, mesmo a considerada leve, tem a obrigação de lembrar que, para ela chegar as suas mãos, passou por uma cadeia de ilegalidades, roubo, violências, talvez mortes. Assim, o usuário é também um cúmplice.

Isso não vale também para os outros aspectos da vida? Jamais gostei de casaco de pele. São lindos é verdade. E ... os bichos? Caçados, criados em gaiolas ...

Durante as últimas décadas fomos nos distanciando da origem do que comemos. Certa vez levei um garoto a um sítio e lhe mostrei um frango. Ele espantou-se: só conhecia os de supermercado. Ninguém mais vê galinhas, vacas, porcos a não ser em filmes ou eventuais viagens ao campo. Um grupo, entretanto, já começa a se preocupar em saber como o alimento é produzido. Quem já comeu sabe: um frango caipira, criado ao ar livre, tem sabor muito melhor que os de granja, aprisionados. Alguns são alimentados de maneira tão artificial que a carne tem uma textura estranha. Lembra papelão.

E as espécies ameaçadas? Certa vez estava em um jantar elegantíssimo em Manaus. Serviram tartaruga. Uma antiga miss Brasil, Adalgisa Colombo, estava sentada ao meu lado. Cruzou os talheres e avisou:
- Não como!
Uma outra convidada sorriu:
- Que exagero! Já está morta mesmo!

Encheu o prato. Eu já estava me servindo. Tomei conciência. Parei.

Afinal, não vivo falando contra a extinção das espécies? Portanto, seria indecente compartilhar o menu.

Não sou e nunca serei um sujeito que vai as raias da loucura com a história do politicamente correto. A vida é uma cadeia de espécies que se devoram entre si. Mas existem maneiras de criar animais sem crueldade. Também existe muita comida boa nesse mundo. Por mais que eu viva, não experimentarei tudo o que o pecado da gula proporciona. Há coisas em que acredito. Não posso agir como se minhas idéias não tivessem nada a ver com a realidade.

Não quero ser cúmplice do sofrimento animal. A dor, de alguma forma, ficará impregnada na refeição. Acredito que seres trocam energias entre si. Sinceramente, não quero esse tipo de energia dentro de mim. De agora em diante, bani a crueldade do meu cardápio.

Walcyr Carrasco

segunda-feira, junho 20, 2005

Já que me jogaram a Batata Quente, vou ter que descascar ...

Quantos gigabytes usados com música:
Faz uma pergunta mais fácil que difícil não vale!

Ultimo CD que comprei:
Loreena McKennitt - the mask and mirror - Putz, faz tempo viu!

Música tocando no momento:
Eu quero sempre mais - Ira com a participação especial da Pitty.

Cinco músicas que tenho escutado bastante:
This is how it feels - Inspiral Carpets.
Find out why - Inspiral Carpets.
The Killing Moon - Echo and the Bunnymen
Tainted Love - Soft Cell
Bizarre Love Triangle - New Order

Cinco pessoas pra segurar a batata quente, ou dançar conforme a música:
Driscully
Claudia Japa
Mirella
Bárbara
Luly


E nem adiante reclamar viu !

domingo, junho 19, 2005

Fim de Semana em pedaços...


Faxina; lavando roupa suja (no sentido próprio); Babby sitter; Batman Begins (Muito bom, o batmaníaco aqui de casa também aprovou ) ; América; Pão de Açucar; Almoço em família; Festa junina (com vinho quente - hum! que bom); Cochilo; Passando roupa; Arrumando mala ( o batmaníaco ta indo viajar). Agitação + Diversão = Cansaço, Cansaço, Muito Cansaço!


Boa semana pra todos vocês!

sábado, junho 18, 2005

Não é possível, mas eu acho que eles devem saber . Devem não, sabem! Eu não sei como, mas com certeza eles sabem ...



Sabe aquele mês em que você tem a sensação que vai chegar o dia das crianças, o natal, e a páscoa mas o dia de receber o seu salário que é bom nunca chega! Pois é, eu tô vivendo um mês desses! é o mês que a gente aperta o cinto, não comete exageros e por mais arrocho que faça tá lá você no vermelho! e é justamente nessa hora que começam aparecer as tentações: é cartão de crédito que chega com 2 anos de anuidade grátis e com saques em qualquer parte do Brasil ou do mundo, a qualquer hora do dia ou a noite ; é o correio que chega trazendo propagandas de financeiras te dando limites de empréstimos pré aprovados, sem burocracia ou complicação, basta só ligar e pronto! Até o internet banking começa a fazer parte do complô. O complô que quer por que quer te levar para o buraco . Eu entro lá pra ver há quantas anda o meu "estrago bancário", e eles me recebem com aquele sorrisão no rosto traduzido em letras garrafais me saudando:

- Boa tarde Dona Márcia, quanto tempo não! esse empréstimo esta aqui esperando por você. É só dar um clic, um cliquizinho de nada e pronto, o dinheiro já estara na sua conta! Vamos lá, coragem é só um clique, não custa nada!

Eu tento fechar a janela, mas 30 segundos depois ela volta, saltitante bem alí na minha frente:

- é aqui! é aqui, clica em mim!

e eu, já quase sucumbindo a tentação começo a gritar para o monitor

- Nãoooooooooooooooooooo, eu não quero o seu dinheiro nãoooooooooooo, entendeu! Eu Já disse: Nãooooooooo.


Respiro fundo. Tomo um gole de água e resolvo ir um pouco lá fora . Só espero não encontrar com nenhum agiota, bem aqui no meu portão...