terça-feira, agosto 08, 2006

Quando eu preciso tirar fotografia para documentos eu vou sempre ao mesmo lugar. E falo sempre a mesma coisa pro moço:

- Óóóó Ageu, vê se me deixa bem bonita heim?

E ele sempre responde a mesma coisa:

- Lugar de milagre é na igreja ali da esquina ...

Mas que nada. Graças á era fotoxopi ele sempre me da um trato. Na de hoje, por exemplo, eu fiquei parecendo um andróide, é verdade. Mas um andróide sem nenhuma marca de espinha no rosto.

Uma vez eu resolvi levar pra ele umas fotos meia boca que eu tinha tirado no meu casamento. Como eu só casei no civil, já viu né? Não teve nada de glamuroso no casório, a começar pelo local. Peguei uma foto que eu achei que estava melhorzinha, mas cheio de gente feia atrás, e levei pra ele.

Quando eu fui buscar a foto levei um susto! Ele fez um verdadeiro extreme makeover na minha foto. Conseguiu apagar toda aquela gente feia que aparecia atrás da gente e até o pequeno buquê que eu carregava nas mãos, apesar de não ter usado vestido de noiva, ele tinha mudado. Naquela foto aparece umas flores que eu nunca carreguei na vida! Mas o pior foi quando eu olhei para os meus dentes. Eu usava aparelho na época, mas até o aparelho dos meus dentes ele tirou! Daí eu falei:

- Ageu cadê o aparelho dos meus dentes?

- Aparelho? Que aparelho???

- Eu usava aparelho Ageu, e você tirou ele dos meus dentes antes da hora! Quando eu casei eles estavam aqui e agora não estão mais !!!

- Sério que aquilo era aparelho? Eu pensei que seu dente fosse esquisito daquele jeito mesmo...

Bom, mas passado uns 5 minutos eu já estava gostando daquela nova versão do meu eu sorrindo sem aparelho. Eu gostei da idéia, e comecei a perguntar pra ele se dava pra colocar um vestido de noiva ou fazer um penteado invocado. Ele disse que sim, que eu poderia mudar tudo naquela foto, inclusive o noivo.

Mas antes que eu olhasse para aquela foto e não reconhecesse aqueles dois estampados nela, resolvi deixar do jeito que estava mesmo.

E até parece que eu ia querer mudar de noivo !!! :)


segunda-feira, agosto 07, 2006

Soft Cell

Essa foi a música que embalou meu fim de semana. Sabe aquelas músicas que você ouve e gruda na memória? Mas como eu adoro Say hello wave goodbye, até gostei do grude :)

Coloquei um pedacinho dela aí no Youtube. Portanto se por conta desse pequeno delito um dia eu vier a ver o sol nascer quadrado, não se esqueçam de levar meu cigarrinho como forma de agracecimento por esse meu gesto de generosidade.

Ooops esqueci que eu não fumo. Então pode ser uns chocolatinhos mesmo :-)

sábado, agosto 05, 2006

A recepcionista entrou na minha sala e disse:

- Márcia, você que é bilíngüe venha atender esse senhor que está aqui na recepção porque eu não estou entendendo nada do que ele esta falando.

É engraçada a idéia que nós temos de nós mesmos perante algumas pessoas. Perto de algumas pessoas nos sentimos extremamente ignorantes e perto de outras o sujeito mais esperto da face da terra. E é engraçada também a idéia que algumas pessoas fazem da gente. Pra essa moça, por exemplo, eu sou bilíngüe só porque conheço o verbo to be, mas pra qualquer pessoa que conheça um pouquinho além do verbo to be, saca na hora que eu não falo nada de inglês.

Mas como não tem tu, vai tu mesmo, lá foi eu atender o sujeito. Na verdade eu fiquei tão apavorada que nem me lembrei de falar uma frase tão simples e que eu ouço constantemente nos filmes e na sala de aula como um can i help you? O rapaz quando me viu abriu um sorriso como se dissesse pra si mesmo ufa, ainda bem que achei alguém nessa terra pra me ajudar e eu retribui com o mesmo sorriso dizendo pra mim mesma putz, to ferrada porque não vou conseguir entender nada do que esse sujeito vai falar!

Era um cara franzino que falava baixinho e pausadamente. De certa forma essa característica dele tenha me deixado um pouco mais calma e dentro das minhas limitações eu consegui responder a todas as perguntas dele. Quando ele foi embora eu tive a impressão que ele saiu do escritório satisfeito e continuava sorrindo.

Talvez ele estivesse rindo do meu jeito meio atrapalhado tentando desenhar um mapa num pedaço de papel pra ele ou das minhas confusões com tempos verbais, do tipo nós fumo e depois vortemo, mas mesmo assim ainda acredito que ele tenha saído de lá satisfeito.

Foi a primeira vez que tive uma experiência como essa, de ter que me virar num outro idioma, sem ter alguém do meu lado pra me socorrer.

Mas quando ele foi embora eu já me sentia de fato uma verdadeira bilíngüe. Naquele momento eu poderia falar inglês até com a rainha da Inglaterra. Passei o dia desenvolvendo diálagos mentais com aquele rapaz e até respondi perguntas, que dentro daquele contexto, ele não precisava fazer. Naquele momento eu acreditava que se ele voltasse ali a gente poderia passar horas e horas conversando.

Eu tremia como uma vara verde, é verdade. Mas passei o dia inteiro acreditando que eu realmente era aquela pessoa que a recepcionista vê, quando olha mim :)

quarta-feira, agosto 02, 2006




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É incrível o que as pessoas fazem pra se defender da violência nas grandes cidades. Elas inventam esconderijos, dos mais absurdos, pra poder preservar suas coisas mais valiosas em caso de um roubo em casa. Já vi gente que guarda jóias a barra da cortina. Outras que guardam dinheiros e objetos mais valiosos com produtos de limpeza e outras ainda que preferem guardar suas coisas dentro de sapatos no fundo do guarda-roupa.

Essa última é a tia de uma amiga. Eu achei o esconderijo dela fantástico, afinal quem vai adivinhar que tem jóias ou dinheiro guardado dentro de um sapato velho no fundo de um guarda roupa. Ninguem né? O esconderijo era tão que até a dona um dia se esqueceu dele.

A tia um dia resolveu fazer uma limpa em casa e separou várias roupas e sapatos pra doar pra um carroceiro que sempre passava na rua dela, e no meio das doações ela mandou sem querer o tal sapato recheado com algumas jóias que ela havia herdado da avó que vivia em Portugal. Passaram-se alguns dias, dai ela lembrou da besteira que tinha feito! Saiu desesperada e chorando pra casa da irmã que morava no final da mesma rua. Quando ela chegou lá, ela contou o acontecido pra irmã, que atônita não acreditava no que ouvia.

- Mas mana, você tem certeza que fez isso?

Quer dizer, certeza mesmo ela não tinha. Mas a sua última lembrança era que ela tinha guardado as jóias dentro de um sapato vermelho. E quando ela separou as peças para doação, o primeiro a ir embora foi o tal sapato vermelho, afinal quem é que usa um sapato de verniz vermelho hoje em dia?

Elas conheciam de vista o tal carroceiro. Ele sempre passava por lá recolhendo coisas, mas elas não sabiam nada a respeito dele. Onde morava. Qual era o nome. Foi quando a irmã disse:

- Mana só tem um jeito da gente saber se o carroceiro achou suas joias. Se ele voltar por aqui nos próximos dias é bem provável que ele não tenha achado as jóias, mas daí você pergunta pra ele o que ele fez com o sapato vermelho. Diga que você se arrependeu e quer o sapato de volta. Agora se ele nunca mais voltar é porque com certeza ele já passou a mão nelas ...

Passaram-se umas três semanas e nada do carroceiro voltar. A tia da minha amiga já estava conformada que tinha mesmo mandado as jóias embora com o sapato vermelho.

Mas graças a essa mania nacional que nós mulherers temos, de acharmos que somos descendentes diretas de centopéias, e por isso precisamos de inúmeros pares de sapato, um dia a tia dela foi pegar um sapato de festa, guardadinho no fundo do guarda-roupa e teve a maior surpresa. As jóias estavam lá. Ela tinha mudado o lugar das mesmas, nem lembrava mais porque, e tinha se esquecido disso.

O carroceiro só voltou a aparecer lá no mês seguinte. Disse que com o dinheiro da venda das coisas que tinha ganhado dela, ele tinha ido visitar uns parentes no interior. Mas que aquele sapato lindo de verniz vermelho ele tinha feito questão de dar de presente de aniversário pra mãe dele :)



segunda-feira, julho 31, 2006

Domingo, 12º. Um dia bem típico de inverno. Dia de ficar em casa, enrolado nas cobertas zapeado pelos canais certo? Errado.
Ontem foi dia de colocar meu casaco mais quentinho, cheirando naftalina, e apreciar o que está se tornando uma raridade por aqui. Um verdadeiro dia de inverno. Então saímos para andar sob a garoa e apreciar o cinza da cidade.


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Hoje, segunda fria de inverno. Dia de voltar ao trabalho como qualquer segunda-feira de verão certo? Errado!
Hoje sim deveria ser um dia pra se passar embaixo das cobertas zapeando pelos canais :)