terça-feira, junho 28, 2005

Por absoluta falta de assunto eu resolvi colocar aqui uns trechos de um email que eu recebi um dia desses, mas é quase impossível você não se identificar com ele. :))))


Você que teve sua infância durante os anos 50/60/70, como pode sobreviver?

- Os carros não tinham cinto de segurança, apoios de cabeça e nem airbag e mesmo assim íamos soltos no banco de trás fazendo aquela farra, e isso não era perigoso!

- Os brinquedos eram multicolores e no mínimo pintados com umas tintas ?duvidosas? contendo chumbo ou outro veneno qualquer.

- A gente andava de bicicleta para lá e para cá sem capacete!

- Bebíamos água da bica, da torneira e não águas minerais em garrafas esteriziladas...

- Andávamos de carrinho de rolimã e usávamos a sola do sapato como freio, nem sempre dava certo, mas alguns acidentes depois ... todos esses problemas estavam resolvidos.

- Íamos brincar na rua com uma única condição: voltar para casa ao anoitecer. Não havia celulares e nossos pais não sabiam onde estávamos: Incrível isso!

- Gessos, dentes partidos, joelhos ralados ... alguém se queixava disso?

- Comíamos doces à vontade, pão com manteiga, bebidas com o (perigoso) açúcar e não se falava em obesidade infantil, brincávamos sempre na rua e éramos super ativos ...

- Dividíamos nossa tubaina comprada naquela vendinha da esquina , gole a gole com nossos amigos e nunca ninguém morreu por isso...

- Nada de playstation, Nintendo 64, videocassete, computador, MSN ... Só amigos!

- E os cachorros, lembram? Nada de ração. Comiam a mesma comida que nós, às vezes os restos e sem problema algum. Banho? Era no quintal de mangueira com água fria e sabão em pedra. Nada de pet shops , e por um acaso algum cachorro morreu por isso?

- Jogávamos futebol na rua, com a trave sinalizada por duas pedras e mesmo que não fossemos escalados ninguém ficava frustrado e nem era o fim do mundo pra gente ...

- Na escola tinha os bons e os maus alunos. Uns passavam e os outros eram reprovados. Não havia a moda dos superdotados,e da hiperatividade. Quem não passava simplesmente tentava de novo no ano seguinte.

- Tínhamos : liberdade, fracassos, sucessos, deveres, medos ( quem nunca ficou apavorado com a estória daquela loira do banheiro?) e aprendíamos a lidar com cada um deles .

A questão é: Como a gente conseguiu sobreviver? E acima de tudo como conseguimos desenvolver a nossa personalidade?

Se as crianças de hoje em dia soubessem como eram as coisas no nosso tempo, com certeza responderiam que era uma tremenda chatice, mas a verdade é: como éramos felizes, heim?


domingo, junho 26, 2005

Bom, como a Mércia já deve estar de volta amanhã achei melhor fazer minha lição de casa.
up date: e como a Dri não pede, ela manda eu atendi também, hahaha.

Que personagem habita seu blog quando menos se espera?

Uma louca qualquer!

Que post ficou na espera, o bonde passou e você não publicou?

Vixe, um monte!

Quando a imagem é (ou foi) mais forte que qualquer texto?

Hummm! Vou pensar depois eu respondo.

Muitos blogueiros são de carne-e-osso ou apenas virtuais?

A maioria virtual, mas já tem muitos de carne e osso!

Se um novo batizado fosse possível, que nome escolheria (existente ou inédito) para seu blog?

Esse ta bom! Já contei aqui né que esse foi o único que não apareceu aquela frase chata: esse nome já existe! esse nome já existe!

Quando é que dá vontade de eliminar o sistema de comentários?

Nunca! Adoro meus comentários até mesmo quando recebi represarias da Vasp, hihihihi

Que blog (ou blogueiro), presente ou ausente, muitas vezes te traz saudades?

Adorava ler o Alys, com o seu Comédias da Vida Gelada. Cadê o cara?

Quem vai responder com toda a sinceridade?

Não dá para passar para todo mundo né, então desculpa aê se o seu nome não aparecer na lista:

Lula Skywalker.
Penélope Cruz Credo.
Buster ( o boneco te testes dos Caçadores de Mito).
Britinéia Spears.


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Da série Só acontece comigo.

Estamos desde a semana passada baixando o filme do Batman Begin no edonkey e adivinha o que nós encontramos no arquivo hoje de manhã quando finalmente apareceu a tão esperada frase download concluido:

a) com esse nome claro que foi o filme Batman Begins, esse aí que está em cartaz nos cinemas.

b) um desenho bem bobinho do homem morcego.

c) um filme pornô.


resposta correta é a C. Aiiiiii que ódio ...


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Procurando uma coisa achei outra.

Um dia desses eu estava procurando alguma coisa (nem lembro mais o que) aqui na internet e achei esse teste. É um teste bem legal que adivinha tudo que você está pensando. Apesar do meu inglês macarrônico eu pensei numa calculadora e pimba, não é que ele acertou! em outras vezes ele não foi tão certeiro assim, mas a culpa é do meu inglês que se limita a yes, no, yes, no e maybe. Sujeitinho espero esse viu! Se quiser fazer é só cliclar aqui:

Bom, fim de domingo é isso; o jeito é ir lá assisitr um filminho, que não é BATMAM BEGINS, viu?

sexta-feira, junho 24, 2005

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Eu sempre fico saltitante quando encontro com um moço, carregando aquele papagaio que tira a sorte, chamado Realejo, e um dia desses eu encontrei com a Catarina, nesse caso uma papagaia (é isso mesmo?), numa gaiolinha cheia de frutas, com bastante água e com um dono muito carinhoso que disse assim pra ela:

- Catarina, tira a sorte pra moça.

e olha só o que a danada da Catarina tirou pra mim!



Para curar uma paixão, beba pinga com limão;
Para curar sua amargura, beba pinga sem mistura;
Contra dor de cotovelo, beba cachaça com gelo;
Contra falta de carinho, cachaça, cerveja e vinho!
Se brigar com a namorada, beba pinga misturada;
Se brigar com a mulher, beba pinga na colher;
Quem dá amor e não recebe, mistura todas e bebe;
E se alguém te faz sofrer, beba para esquecer !!!
Para curar seu sofrimento, beba pinga com fermento;
Para esquecer um falso amor, beba pinga com licor;
Para acalmar seu coração, beba até cair no chão;
E se a vida não tem graça, encha a cara de cachaça!!!
Pra viver sempre feliz, beba pinga com raiz;
E se você não tem sorte... beba pinga até a morte!
Se essa vida só te faz sofrer ...
... o remédio é beber!

E se quiser ganhar na loteria, beba pinga na bacia

quarta-feira, junho 22, 2005

Eu sou terrível...


Eu fiz uma maldade e preciso me confessar. As vezes aos sábados, o meu sobrinho Henrique, aquele que acabou de completar 8 anos e eu coloquei umas fotos aqui, vem ficar comigo aqui em casa. O Henrique é um menino esperto, super inteligente e bem falante e o passatempo favorito dos tios dele é ficar inventando estórias, contanto pequenas mentiras e fazendo terrorismo com o menino, hahaha, e de certa forma ele já está até acostumado com isso, e sempre que a mãe está por perto e a gente conta alguma coisa pra ele, ele imediatamente confirma com a mãe: é verdade mamãe? é verdade mamãe?

Quando ele era menorzinho a gente fez com que ele acreditasse por algum tempo, que aqui em casa quem ia na padaria comprar pão e leite era a Pulguinha, a nossa cachorra . Numa outra vez a gente ensinou ele a cantar aquela música do Silvio Brito, chamada "Grilo na Cuca", dizendo que era a música favorita da mãe dele e que era pra ele cantar pra ela quando ela chegasse do trabalho e foi o que ele fez, passou a tarde inteira azucrinado a mãe com aquela música, hehehe.

Nesse último sábado acho que eu exagerei! Eu estava mexendo em alguns documentos e achei a carteira de reservista do tio dele e o menino que fala mais que a mulher da cobra já começou a perguntar:

- Que isso tia Márcia?

- É a carteira do exército do tio.

- O que é exército?

- E onde ficam os soldados, aqueles caras que usam um uniforme verde, com metralhadora e canhão, sabe?

- Ah sei! O tio foi para o exército? Eu não vou não!

- Foi sim ( mentira). E você vai ter que ir sim. Todo menino quando completa 18 anos vai para o exército para lutar na guerra.

- Ah, mas eu não vou poder ir, vou estar na escola.

- Até lá você já terminou a escola.

Daí ele começou a fazer um monte de perguntas : e se eu tiver na 8ª série? e se eu for para o Japão? e se eu virar uma menina? Será que vai ter guerra quando eu tiver 18 anos?, e eu continuava ali, jurando de pé junto que ele tinha por que tinha que ir para o exército. Ele ficou mais uns minutinhos ali pensativo e falou:

- Ahh tia Márcia, mas eu não quero ir pra guerra não ...

Hahaha, coitadinho do menino, ele tava ficando preocupado mas os tios continuavam a inventar estórias. Ai ele começou a fazer as contas de quantos meses ainda faltavam pra ele ir, chegou a conclusão que faltavam mais de 100 meses, soltou um sonoro e aliviado ainda bem, tem bastante tempo ainda ! e continuou:

- Mas a presidência da república vai saber que eu tenho 18 anos?

Ai foi a vez do tio:

- Claro que sabe! , o Lula imprime uma listagem todos os dias com os nomes dos meninos que vão para o exército.

E tem um detalhe. Ele é viciado em video game, e todos os jogos que ele tem são de lutas, explosões e tiros e quando ele vai jogar um jogo pela primeira vez e pega o joystick a primeira pergunta que ele faz é sempre essa: Onde é que eu atiro? , tanto é que nós já apelidamos os jogos dele de " onde que eu atiro". Daí o tio continuou:

- Não tô entendendo Pipicho porque você está tão preocupado, afinal você sempre não pergunta onde que eu atiro?, então lá você vai poder atirar a vontade.

e ele retrucou:

- Ahh tio, mas aí é só um jogo né? mas sabe que as vezes eu até fico com medo de jogar, e começou a rir.

Bom, quando a mãe chegou para busca-lo eu contei toda a estória pra ela na frente dele e claro desmenti tudo. Ele dava risada, mas depois ela me contou que ele só ficava perguntando: Mamãe mas se tiver guerra? Mamãe será que eu vou para o exército?. Aí eu fiquei com remorso, coitado do menino, ele ficou realmente preocupado.

Mas no domingo nós já descobrimos vários fatores que podem dispensar ele de servir o exército, como por exemplo, se ele tiver pé chato ou se ele continuar a ser o filho único, e por favor, estou aceitando mais sugestões para aliviar minha culpa, embora no domingo mesmo eu já tenha dado a ele R$ 1,50 pra ele andar num tobogan, então espero que com um gesto tão nobre como esse eu já tenha recuperado meu cantinho lá céu, hehehe.

Mas eu acho que eu não devo ser uma tia tão má assim, pergunta se depois de tudo isso o danado do menino quis ir embora da minha casa no sábado? foi nada !

Ahh,tem mais uma coisa, se alguem aqui precisar dos meus serviços de baby sitter, é só avisar viu?










terça-feira, junho 21, 2005

Eu já andava meio enamorada pelo Walcyr Carrasco. Na semana passada peguei esse livro na mão, e me diverti com algumas crônicas que ele escreveu ali. Fiquei pensando: compro ou não compro? compro ou não compro? compro ou não compro? e não comprei...
Hoje eu vejo essa crônica na vejinha. Se eu já estava enamorada por ele, depois de ler ela, eu posso dizer que estou completamente apaixonada ...


Crueldade de rotina

Nos últimos tempos, tomei certa implicância pela história do politicamente correto. Para mim se tornou uma espécie de censura. Não se pode falar disso ou fazer aquilo. Como escritor, me sinto tolhido. Dia desses, porém, recebi um email de um leitor que mexeu comigo. Dizia quanto se surpreendeu ao constatar que sou consumidor de fígado de ganso, em forma de patê ou outras iguarias. Lembrava como sofrem as aves para ganhar um fígado gordo e saboroso. Minha primeira reação foi:

- Puxa, não posso nem comer em paz?

Depois, parei para pensar. Fui conversar com um amigo, Franco. Ele me explicou:

- Os gansos são engordados á força para ficar com o fígado enorme. A ração é despejada em sua boca por uma espécie de funil.
Arrepiei-me. Ele continuou:

- Muitos criadores pregam as patas dos gansos no chão, para que não se movam e engordem mais ainda!

Não era uma informação recheada de detalhes técnicos. Lembrei-me de um francês cuja mulher, brasileira, ameaçou separar-se quando ele começou a produzir o patê de froie, num sítio próximo à Fernão Dias. Não suportava a crueldade. Também fiquei sabendo que nos Estados Unidos já se programa a proibição da venda. Resolvi: não como mais!

Fiquei pensando: quantas coisas consumo sem me deter a origem? Muitas vezes dou palestra em escolas sobre um livro para jovens de minha autoria , que fala sobre drogas. Uma das questões que coloco é a responsabilidade social:

- Quem usa uma droga, mesmo a considerada leve, tem a obrigação de lembrar que, para ela chegar as suas mãos, passou por uma cadeia de ilegalidades, roubo, violências, talvez mortes. Assim, o usuário é também um cúmplice.

Isso não vale também para os outros aspectos da vida? Jamais gostei de casaco de pele. São lindos é verdade. E ... os bichos? Caçados, criados em gaiolas ...

Durante as últimas décadas fomos nos distanciando da origem do que comemos. Certa vez levei um garoto a um sítio e lhe mostrei um frango. Ele espantou-se: só conhecia os de supermercado. Ninguém mais vê galinhas, vacas, porcos a não ser em filmes ou eventuais viagens ao campo. Um grupo, entretanto, já começa a se preocupar em saber como o alimento é produzido. Quem já comeu sabe: um frango caipira, criado ao ar livre, tem sabor muito melhor que os de granja, aprisionados. Alguns são alimentados de maneira tão artificial que a carne tem uma textura estranha. Lembra papelão.

E as espécies ameaçadas? Certa vez estava em um jantar elegantíssimo em Manaus. Serviram tartaruga. Uma antiga miss Brasil, Adalgisa Colombo, estava sentada ao meu lado. Cruzou os talheres e avisou:
- Não como!
Uma outra convidada sorriu:
- Que exagero! Já está morta mesmo!

Encheu o prato. Eu já estava me servindo. Tomei conciência. Parei.

Afinal, não vivo falando contra a extinção das espécies? Portanto, seria indecente compartilhar o menu.

Não sou e nunca serei um sujeito que vai as raias da loucura com a história do politicamente correto. A vida é uma cadeia de espécies que se devoram entre si. Mas existem maneiras de criar animais sem crueldade. Também existe muita comida boa nesse mundo. Por mais que eu viva, não experimentarei tudo o que o pecado da gula proporciona. Há coisas em que acredito. Não posso agir como se minhas idéias não tivessem nada a ver com a realidade.

Não quero ser cúmplice do sofrimento animal. A dor, de alguma forma, ficará impregnada na refeição. Acredito que seres trocam energias entre si. Sinceramente, não quero esse tipo de energia dentro de mim. De agora em diante, bani a crueldade do meu cardápio.

Walcyr Carrasco