sexta-feira, outubro 27, 2006

Pouco antes de ir para Tokyo, eu li no meu guia a história de um cão chamado Hachiko. Hachiko era um cão da raça akita, que todas as manhãs acompanhava seu dono, um professor universitário, até a estação Shibuya do metro. À noite, quando o professor voltava do trabalho, lá estava Hachiko esperando o amigo. Mas certo dia o cão ficou esperando até o último trem, mas o professor não voltou, porque havia morrido no trabalho vítima de um mal súbito.

Nos sete anos seguintes, o cão retornou todas as noites á estação e esperou em vão pelo seu dono, até infelizmente, morrer. Os moradores de Tokyo, sensibilizados pela lealdade do animal, resolveram encomendar um estátua de bronze e coloca-la a frente da estação. Hoje todo mundo lá conhece essa história, e de certa forma, a tal estátua também se tornou um ponto turístico.

Claro que eu também fiz questão de visitar a estátua do Hachiro, ainda mais depois de confirmar essa história com o nosso amigo japonês. Queria saber se não se tratava de alguma lenda urbana, mas ele me garantiu que não.

No dia seguinte a essa conversa, saímos cedo do hotel e rumamos para o Shibuya para finalmente ver a famosa estátua do Hachiko. Shibuya é uma estação bem grande, com várias saídas, mas não demorou muito para nós encontrarmos a famosa estátua.

Confesso que eu achei meio estranho, porque o que eu estava vendo era uma espécie de painel bem grande numa das paredes do metro, com vários desenhos em alto relevo de um cão da raça akita, mas não uma estátua em bronze como dizia o meu guia. Mas também não dei muita bola pra isso e fui lá feliz da vida tirar fotos ao lado daquele cão tão leal e famoso.

Abracei o Hachiko, dei vários beijos nele, e também fiz chifrinho no cachorro para tirar fotos. Nem liguei para as pessoas que passavam rindo da minha babaquice, afinal aquele era um momento histórico pra mim e eu precisava registrar.

Ontem, clicando aqui, lá e acolá cai no blog do Ina e tive a maior decepção de todos os tempos! Nesse post, ele fala em especial, sobre um episódio de um desenho do qual ele é super fan, e que foi inspirado em histórias reais de cães que foram fiéis aos seus donos até a morte, citando essa história do Hachiko com um link para o wikipédia.

Quando eu cliquei nesse link, descubro que o Hachiko que eu visitei, não é o mesmo que aparece lá. Resolvi dar uma rápida pesquisada nas imagens do Hachiko aqui da internet, e nenhuma, mas se quer nenhuma foto é igual ao Hachiko que eu visitei.

Olha, eu me senti uma verdadeira caipira na hora que descobri isso! Me senti uma cafona mesmo! Tal e qual aquela mulher que fazendo um city tour por Paris, e ao ser informada pelo guia turístico que naquele momento eles estavam passando pelo famoso Rio Sena, ela levanta o braçinho e pergunta: Mas o rio ganhou esse nome antes ou depois da morte dele???

É, o cachorro akita que eu abracei, beijei e até fiz chifrinhos nada mais é do que um vira-lata impostor!

Mas aí me lembrei que tinha lido num outro guia no hotel, uma segunda versão pra essa história do Hachiko. Dizem que o real motivo pelo qual ele voltava à estação todos os dias é porque lá ele era alimentado pelos donos dos restaurantes, prova é que na sua autópsia foram encontrados diversos yakitores, uma espécie de churrasquinho japonês, no seu estômago.

Depois disso até que fiquei mais aliviada. Afinal, quem é que quer ficar tirando fotos ao lado de um cachorro interesseiro como esse ;)


Photobucket - Video and Image Hosting
Hachiko verdadeiro

Photobucket - Video and Image Hosting
Hachiko impostor :)

quinta-feira, outubro 26, 2006

No meu trabalho, ás vezes eu preciso ligar para um cliente, mas o problema é que ele é meio surdo. Meio não. Ele é completamente surdo, e convenhamos, falar com alguém que não ouve bem ao telefone é quase impossível.

Sempre que eu preciso ligar pra ele, eu torço pra que a esposa esteja em casa, assim ela pode transmitir meu recado a ele. Mas a mulher é uma mala, e apesar de eu já ter dito a ela educadamente que não quero falar com ele ao telefone porque ele tem um leve problema de audição e tem dificuldade pra me ouvir, a fulana sempre faz questão de colocar ele pra falar comigo. E hoje não foi diferente.

- Alô, Seu Lázaro. Sua cliente ligou e disse que vai fazer o seu pagamento no próximo dia 30/10.

- A eu sei que ela não pagou esse mês. A senhora já ligou pra ela?

- ENTÃO SEU LÁZARO, TÔ FALANDO QUE EU JÁ LIGUEI E ELA VAI PAGAR O SENHOR NO PRÓXIMO DIA 30 DE OUTUBRO!!!

- Dona Márcia a senhora precisa ligar pra ela. Essa moça nunca me paga. Sei que ela comprou pizza no último fim de semana, tem TV a cabo, mas o que me deve ela nunca paga. E além do mais eu pago vocês pra isso!

Pois é. Além de surdo o véio é fofoqueiro e mal educado.

Nessas horas eu sempre fico imaginando que um dia ainda vou conseguir ter um emprego perfeito. Mas será que ele existe?

Veja o exemplo dessa minha amiga. Começou trabalhar cedo num banco e hoje tem um dos cargos mais altos lá como gerente. Com 30 anos ela já tinha seu próprio apartamento quitado. Troca de carro todos os anos, e tem uma gorda e confortável conta bancária.

A princípio esse seria um emprego dos sonhos pra muita gente, inclusive pra mim. Mas quando a encontro a reclamação dela é sempre a mesma.

Ela diz que não agüenta mais a pressão de ter que bater metas e mais metas no banco à custa do sofrimento dos outros.

O cliente senta a sua mesa, com a conta toda f%$#@, pedindo um empréstimo pra poder levar o filho ao médico. Ele conta que perdeu o emprego e por isso ficou sem o plano de saúde, e a situação dele é tão complicada que é provável que ele seja despejado. Mas a resposta dela, com um largo sorriso no rosto, têm que ser sempre à mesma:

- Ahh claro que podemos te fazer um empréstimo. Mas nesse caso não seria melhor o senhor fazer um seguro de vida? Pelo que estou vendo a sua situação é bem delicada. Já pensou se o senhor sofre um infarto? Como vai ficar a sua família?

Ela diz que o cara chega lá com três problemas e vai embora com quatro, porque além dos problemas que ele já tinha, agora ele tem mais um pra se preocupar. Ele começa a pensar: puxa, já pensou se eu morro mesmo!!!, e acaba comprando o tal seguro!!!

E tem uma outra que é comissária. Ahh deve ser maravilhoso ter um emprego desses e poder acordar cada dia num lugar, não é mesmo? Ter como vista da janela do seu escritório somente nuvens ou oceanos espalhados pelo mundo todo e ter a oportunidade de conhecer vários lugares sem gastar um tostão. E no final do expediente ainda estar linda e gloriosa como se tivesse acabado de sair do banho, porque convenhamos, comissárias estão sempre impecáveis.

Ledo engano...

Essa minha amiga em especial estava cheia de olheiras quando a encontrei da última vez. O ritmo dos vôos chega a ser desumano considerando a rota que ela faz que tem uma tremenda diferença de fuso horário. Sem contar dos passageiros mal educados que ela também tem que atender, sem esquecer do largo sorriso no rosto, até mesmo quando ela é chamada com um tapinha ou beliscão no traseiro.

É, pensando bem, é melhor eu continuar berrando no telefone com o Seu Lázaro :)

quarta-feira, outubro 25, 2006

Qual o nome do bichinho que pesava 1000 gramas mas perdeu 100?





Ok, Ok. Agora prometo voltar aqui somente quando tiver algo menos infame pra dizer :)

segunda-feira, outubro 23, 2006

Toda segunda-feira é a mesma coisa. Eu vivo pensando numa maneira de não precisar mais levantar para ir trabalhar, mas ainda não encontrei um jeito.

Aí começo imaginar que talvez pudesse ganhar na mega sena, mas como não jogo, logo em seguida desisto da idéia. Então começo fazer as contas de quantos anos ainda faltam para eu me aposentar, mas quando chego no resultado tenho vontade de chorar ...

Mas nem tudo está perdido. Posso fingir que tô maluca lá na empresa e quem sabe conseguir uma aposentadoria mais cedo. É só seguir o passo-a-passo que meu tio desenvolveu para me ajudar :)

1) Quando houver só uma pessoa no elevador, de um tapinha no ombro dela e finja que não foi você.

2) Aperte os botões do elevador e finja que eles dão choque. Sorria e faça de novo.

3) Se ofereça para apertar os botões para os outros, mas aperte os botões errados.

4) Segure a porta e diga que está esperando por um amigo. Depois de um tempo, deixe a porta fechar e diga: "Olá Zé. Como vai você?"

5) Traga uma câmera e tire fotos de todos no elevador.

6) Traga uma mesa para dentro do elevador e quando alguém entrar, pergunte se ele tem hora marcada.

7) Quando a porta se fechar, fale: "Tudo bem. Não entrem em pânico. Ela abrirá novamente".


8) Mate moscas que não existem.

9) Abra sua pasta ou bolsa, e enquanto olha dentro, pergunte: "Tem ar suficiente aí dentro?"

10) Desenho um pequeno quadrado no chão com giz, e diga para os outros: "Este é o meu espaço".

11) Sempre que alguém lhe pedir para fazer alguma coisa, pergunte se quer que fritas acompanhem.

12) Desenvolva um estranho medo de grampeadores.

13) Descubra onde o seu chefe faz compras e compre exatamente as mesmas roupas. Use-as um dia depois que o seu chefe usá- las. Isso é especialmente efetivo se o seu chefe for do sexo oposto.

14) Pergunte às pessoas de que sexo elas são. Ria histericamente depois que elas responderem.

15) Quando estiver em um drive-thru com algum colega do trabalho, especifique para o atendente que o pedido de vocês é para viagem.


Essa é só a primeira fase. Vamos ver se funciona :)

sábado, outubro 21, 2006

Depois um sujeito desses diz que não tem sorte na vida ...

Crônica de um Homem Casado.

Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu devia consertá-lo. Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes. O carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.

Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura. Eu olhei em silêncio por um tempo e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.

- Quando você terminar de cortar a grama, eu disse, você pode também varrer a calçada.

Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida.