domingo, agosto 14, 2005

No dia em que o gato falou
Millor Fernandes

Era uma vez uma dama gentil e senil que tinha um gato siamês. Gato siamês! Gato de raça, de bom-tom, de filiação, de ânimo cristão. Lindo gato, gato terno, amigo, pertencente a uma classe quase extinta de antigos deuses egípcios. Este gato só faltava falar. Manso e inteligente, seu olhar era humano. Mas falar não falava. E sua dona, triste, todo dia passava uma ou duas horas repetindo sílabas e palavras para ele, na esperança de que um dia aquela inteligência que via em seu olhar explodisse em sons compreensivos e claros. Mas, nada!

A dama gentil e senil era, naturalmente, incapaz de compreender o fenômeno. Tanto mais que ali mesmo à sua frente, preso a um poleiro de ferro, estava um outro ser, também animal, inferior até ao gato, pois era somente uma pobre ave, mas que falava! Falava mesmo e muito mais do que devia! Um papagaio que falava pelas tripas do Judas. Curiosa natureza, pensava a mulher, que fazia um gato quase humano, sem fala, e um papagaio cretino mas parlapatão. E quanto mais meditava mais tempo gastava com o gato no colo, tentando métodos, repetindo sílabas, redobrando cuidados, para ver se conseguia que seu miado virasse fala.

Exatamente no dia 16 de maio de 1958 foi que teve a idéia genial. Quando a idéia iluminou seu cérebro, veio logo acompanhada da crítica, autocrítica: "Mas, como não ocorreu isso antes" perguntou ela para si própria, muito gentil e senil como sempre, mas agora também autopunitiva. "Como não me ocorreu isso antes?" O papagaio viu o brilho da dona o seu (dêle) terrível destino e tentou escapar, mas estava preso. Foi morto, depenado, e cozinhado em menos de uma hora. Pois o raciocínio da mulher era lógico e científico: se desse ao gato o papagaio como alimentação, não era evidente que o gato começaria a falar? Não era? O gato, a princípio, não quis comer o companheiro. Temendo ver fracassado o seu experimento científico, a dama gentil e senil procurou forçá-lo. Não conseguindo que o gato comesse o papagaio, bateu-lhe mesmo - horror! - pela primeira vez. Mas o gato se recusou. Duas horas depois, porém, vencido pela fome, aproximou-se do prato e engoliu o papagaio todo. Imediatamente subiu-lhe uma ânsia do estômago, ele olhou para a dona e, enquanto esta chorava de alegria, começou a gritar (num tom meio currupaco, meio miau-aua-au (mas perfeitamente compreensível):

- Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair. Corre madame, que o prédio vai cair!

A mulher, tremendo de comoção e de alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez: - Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

- Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! - e pulou para a rua.

Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

O gato, escondido melancòlicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

Veja só que cretina. Passou a vida inteira para fazer eu falar e no momento em que eu falei não me prestou a mínima atenção.

MORAL: O mal do artista é não acreditar na própria criação

sábado, agosto 13, 2005

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Mércia, Elisa e eu


Taí, o encontro mais esperado da semana. Ontem finalmente conheci a Sra Penélope Charmosa e seu Bem Querer, hehehe. Aliás que noite super agradável que nós passamos. A Mércia e o seu marido Oliveira, são pessoas super bacanas, atenciosas e falantes como eu, hehehe. Quando eu cheguei a choperia a Mércia logo me reconheu,apesar de eu não ter ido com uma bota de zebrinha, como nós havíamos combinado, hahaha, e já nos abraçamos como velhas conhecidas, que coisa bacana isso :-)

Conversamos um bom tempo, brindamos o nosso encontro e logo chegaram a Elisa e o Edson, pra deixar a noite mais completa. O Edson eu também não conhecia pessoalmete e ele é um ótimo rapaz, mas meio azarado coitado, bem na hora de tirar uma foto dele o filme da máquina acabou :o(

Não fica triste não Edson, da próxima vez eu prometo que coloco uma foto sua aqui :o)

A Elisa eu já conhecia, e foi muito bom reencontra-la. Esse encontros e reencontros realmente me deixam muito feliz ! Pessoal valeu pela noite, foi muito, mais muito legal mesmo :)))

sexta-feira, agosto 12, 2005

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"Tenha amigos e viva mais. Essa é a conclusão a qual chegou um centro de pesquisas na Austrália, depois de realizar o Estudo Longitudinal do Envelhecimento. A pesquisa acompanhou 1,5 mil pessoas com mais de 70 anos, na cidade de Adelaide, desde 1992, para avaliar quais os fatores sociais, físicos e psicológicos afetavam a longevidade. Foi então que cientistas observaram que, estatisticamente, as pessoas que possuiam uma rede maior de amigos, sobreviveriam mais."
Lynne Giles, autora do estudo



Bom é hoje que a Mércia estará chegando pra passar um fim-de-semana aqui com seu marido e a noite nós iremos nós encontrar, e ela passará a ser mais uma das minhas amigas virtureais. Agora eu fiquei pensando, graças a ela, quantos anos a mais será que eu vou viver heim????

Boa Viagem Mércia :o)

quarta-feira, agosto 10, 2005

Família, Família ...



Eu reencontrei meu sobrinho mais velho no orkut um dia desses, aliás, foi ele quem me achou. Quem foi que disse que o orkut não serve pra nada heim? :)

Não que a gente more a um oceano de distância, na verdade ele mora há algumas quadras daqui de casa, mas sabe cuméné, por conta dessa vida muderna a gente acaba se afastando muito das pessoas, mas graças a esse encontro eu descobri o msn dele e começamos a se falar quase que diariamente, e eu confesso que estou adorando isso. Eu fui tia muito cedo, quando ele nasceu eu tinha 13 anos, e apesar de adorar ter um bebê novo na família, eu não gostava muito da idéia de ser tia tão cedo, aquilo me dava a sensação de estar ficando velha! eu me sentia velha com apenas 13 anos, hehehe, tanto é que quando o menino começou a falar e me chamava de tia, eu repetia pra ele insistentemente:

- Me chame de Márcia, porque eu não sou sua tia !

Acho que minhas raizes de tia cruela já existiam aí, hehehe, tomara que ele não se lembre disso, porque hoje eu adoro ser chamada de tia :)))

O Raphael hoje está com 22 anos e é engraçado como a nossa diferença de idade desapareceu depois de alguns anos. A gente conversa sobre filmes, internet, músicas, trabalho, sobre os lugares que ele frequenta, e confesso que estou admirada em conhecer melhor esse sujeito bacana em que se transformou meu sobrinho. Ele é um menino inteligente, super bem humorados, sai com umas tiradas fantásticas de vez em quando e é bem educado, já que raramente eu ouço ele falar um palavrão, o que é comum no vocabulário de muitos garotos nessa idade.

Sábado passado ele até saiu com a gente. Fomos jantar no Outback, porque ele ainda não conhecia, e a noite foi muito divertida. Trocamos uns filmes de dvd (ele me emprestou a trilogia do Guerra nas Estrelas, que eu ainda não vi) e levou alguns filmes aqui de casa, e hoje no msn falou:

- tia, você vai estar em casa hoje?
- vou sim
- então eu vou devolver seus filmes e pegar outros, posso?
- claro!


Cheguei em casa e já fui logo preparar o jantar, afinal, o menino iria chegar do trabalho com fome né, então achei melhor cozinhar. Quando o jantar estava pronto e eu vi que ele não chegava, resolvi ligar:

- Rapha, você não vem?
- Ahh tia, cheguei agora. ta muiiito frio, eu não vou não ...
- Ahh, tudo bem né. Então nós já vamos jantar.

Ele agradeceu e desligou o telefone.

E agora, o que eu faço com esse monte de comida ????


domingo, agosto 07, 2005

Boa semana pra todos vocês :o)