terça-feira, janeiro 27, 2009

Diário de Bordo - Odaiba / Harajuku


Odaiba é uma ilha artificial de Tóquio construída sobre entulhos e tem também uma praia que é invadida pelos japas no verão. O pier é enorme e lotado de lojas e atrações, mas como é inverno estava para as moscas. Alem do Joypolis, que é o parque da Sega que a gente foi, tem também o Pallete Town, que também é um parque de diversões enorme e abriga uma roda gigante - gigante mesmo - que segundo as informações que li é a segunda maior do mundo, só ficando atrás da London Eye.

Parece que tem bastante opções de compra e lazer por lá, mas só ficamos na parte da manhã e dentro do parque, porque queríamos ir para Harajuku a tarde, por isso não vimos tudo. Inclusive tem também uma réplica da Estátua da Liberdade que embora eu até tenha procurado por ela, infelizmente não vi.

Fiz um video curtinho da ilha, e pelo barulhinho dos pássaros - e do corvo - dá pra ver como estava super tranquilo o dia que estive lá.


A tarde fomos para o Harajuku porque eu queria ver as famosas Harajukus Girls, mas não tinha nenhuma delas lá. Aliás, essa foi a única que consegui fotografar, mas assim de costas, hehehe. A noite nós voltamos nesse bairro para jantar com o primo do Rogério e depois fomos até um karaoke, e lá tinham três meninas super graciosas, e eu já estava pronta para fotografá-las quando pedi ao Léo que pedisse autorização á elas, mas elas negaram ;(

Mas fazer o quê né? Não é só porque você resolve sair com uma melância pendurada no pescoço que isso da ás pessoas o direito de te fotografar ...

Quanto ao nosso jantar, foi muito legal. O Léo levou a namorada dele japinha chamada Maki, que é uma graça, e um amigo que está morando com eles da Nova Zelandia, chamado Matt. Ele também nos levou num local bem diferente pra comer um prato japonês, que segundo ele é bem tradicional, chamado okonomi-yaki que eu nunca tinha ouvido falar, muito menos provado. O okonomi-yaki é bem parecido com a nossa fritada de ovos, e além claro do ovo, vai uma porção de ingredientes, como cebola, bacon, queijo etc e no final é coberto com um molho adocicado, maionese e alga. Parece estranho, mas acreditem, eu achei muito bom.
O legal do okonomi-yaki é que, como várias outras comidas japonesas, você mesmo prepara ali na mesa, sobre uma chapa quente, conversando e bebendo com os amigos, enquanto todos participam do preparo da refeição. Acho que isso cria um ambiente bem intimista.

Depois da comilança, partimos para um karaokê, alí em Harajuku mesmo. No começo eu confesso que estava até meio receosa e com vergonha, mas depois de uma birita e da terceira música, gostei tanto do negócio que já estava quase saindo no tapa com meus novos amiguxos, pra arrancar o microfone da mão deles.


E pobre Bill Murray se me visse cantar essa música :)

Mas como eu ainda tenho algum juizo, não vou colocar o video aqui, e sim deixar isso pra quem realmente entende do riscado :)

Mais fotos, aqui





domingo, janeiro 25, 2009

Diário de Bordo - Tóquio

Juro que pensei que já estivesse entrado no ritmo de novo, mas parece que o Jet continua aqui firme e forte, então aproveitando a falta de sono, resolvi fazer o upload de alguns pequenos videos que fiz no Japão, alguns com a intenção mesmo de mostrar aqui, mas essa brincadeira me levou quase 3 horas! Não sei se vou ter pique pra fazer upload dos outros videos não ...


Enfim, resolvi fazer um pequeno resumo dos meus dias por lá e de coisas que ainda não tinha falado aqui no blog, como por exemplo, a minha experiência de ir sozinha até o templo em Asakusa. Embora eu tenha demorado mais que uma pessoa "normal" pra chegar lá, consegui fazer o percurso direitinho sozinha, e tendo que mudar de linhas de metrô e trem por três vezes. Ahh, fiquei super orgulhosa de mim mesma ;)

Aqui tem um video de um dos trens, da linha do Yamanote Line

Bom, tudo ia bem, até que no último trecho o condutor do metrô começou a falar sem parar no alto-falante e no meu japonês macarrônico só conseguia entender algumas palavras, mas as fundamentais. No video acima vocês podem ver que a gravação fala em japonês e em inglês, mas quando se trata de algum imprevisto ou algo que é preciso avisar ali na hora, tudo é falado só em japonês mesmo.

Ele dizia algo como que na próxima estação, aquele trem ia embora e que por favor ( kudassai) sei lá mais o que! Kudassai o escambau, eu pensei ! E agora, o que que eu faço?

Eu torci fervorozamente até o último minuto do último segundo para que aquilo que eu achava estar entendendo, estivesse errado e que não "que eu não precisasse descer daquele trem na próxima estação", mas não teve jeito. Quando o vagão parou na estação todo mundo teve que descer e eu claro, fui junto. Mas reaprendi nesses dias a fazer o que é mais óbvio quando se está num lugar onde a gente não entende nada, que é imitar o que todo mundo faz, e imitando os japas, fiquei parada na estação até chegar o próximo trem.

O templo é bem legal, mas confesso ter gostado mais do Meiiji Shrine que estive da outra vez. Pra se chegar nesse templo, a gente tem que atravessar uma ruazinha - Nakamise Dori - lotada de lojinhas com tudo que é bugiganga pra vender. A especialidade do lugar parece que são os sembeis - que são aqueles biscoitos feitos com gergilim - que eu adoro, mas não comprei.


Existe todo um ritual pra adentrar a esses templos, como por exemplo, passar primeiramente por um incensário enorme e se defumar com a fumaça que exala dele. Depois é preciso ir até um tonel - não encontrei um nome melhor praquilo - e com a água benta, deve-se lavar as mãos e em seguida a boca, usando umas conchas de madeira pra se pegar a água. Dentro do templo, existe um ofertário enorme onde você joga moedas, bate palmas duas vezes e faz sua orações e agradecimentos. Mas uma vez, imitei os japas e fiz tudo direitinho, mas só joguei uma moeda de 10 yens porque turista pobre que sou, não dava pra colaborar com mais. Buda há de me perdoar ;)
Aqui um video da entrada do templo, com o ritual da fumaça.

Há também uma imagem de Buda nesse templo e todo mundo esfrega o pobre coitado, e já li em algum lugar que o tal ritual também atrai sorte. Mas existe locais específicos pra tal esfregação. A cabeça e o joelho do menino já estão até gastas, hehehehe. Mais um videozinho aqui

Saindo de lá, fui procurar pelo edifício que fica do outro lado do Rio Sumida, que é um prédio com uma arquitetura toda modernosa, projetado por Philippe Stark que é a sede da Cervejaria Asahi


E depois fui até o Shibuya, pedi um moccachino com cookie no Starbucks e fui para o andar de cima fazer esse video do famoso cruzamento. Mas como era coisa de duas horas da tarde, nem tinha tanta gente pra atravessar. Confesso que fiquei decepcionada ...

A noite nos fomos num Izakaya ( pub em estilo japonês) com um amigo do Rogério do trabalho. Todas ás vezes que estivemos lá, ele sempre nos levou em lugares super bacanas e dessa vez não foi diferente. A especialidade desse Izakaya, eram os Yakitores, que nada mais são que espetinhos japoneses. Ele pediu de fígado ( illl esse eu não comi!), frango, shitake ( delicioso ) e de barriga de porco que é extremamente gorduroso ( ok, já pedi perdão ao meu colesterol) mas delicioso! Aliás, comi muita comida realmente japonesa por todos esses dias que estive por lá, mas nem todas tão saudáveis, como a gente está acostumada a ouvir aqui que elas são.

O local é bem tradicional mesmo, e o cardápio só estava em japonês. Nessa foto acima, o Yamamoto-san estava procurando no celular o nome em inglês, para os muitos tipos de yakitori que apareciam no cardápio. Aqui também fiz um pequeno video do local, pra vocês terem idéia de como é apertado. Num local desses, nunca vá sem fazer reserva, porque com certeza você vai dar com a cara na porta, já que o número de pessoas que cabem lá dentro, é bem limitado. E é uma grande pena que os videos ainda não podem reproduzir o cheiro ;))

Assim que der, volto pra contar mais. E pra quem quiser, tem mais fotos no Flickr.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Ufa, cheguei!

O trecho Tóquio-Nova Iorque foi horrível, mas sobrevivi. Peguei um daqueles assentos que fica atrás da cozinha do avião e mal tinha espaço para esticar as pernas e as pobres chegaram em NY super inchadas. Mas o cansaço era tanto que até que consegui dormir.

De NY para SP já foi uma maravilha e dormi quase que a viagem toda. Só jantei e capotei, nem televisão eu vi. Quando acordei e fui ao banheiro por volta das 5 da manhã me assustei com a minha própria imagem no espelho. Estava com a roupa, os cabelos, e a cara toda amassada, parecia que tinha passado a noite na boca da vaca, hahahaha. Fiquei até com vergonha de sair de lá de dentro...

Já desfiz as malas, coloquei roupa pra lavar e vou tomar um banho pra cair na cama. E com o sono que estou é capaz de eu acordar só na segunda-feira :)

quarta-feira, janeiro 21, 2009

Sayonara

Tudo que e bom acaba e hoje ja estou de mala e cuia voltando pra casa. A viagem foi curtinha por alguns motivos, e o primeiro deles , claro o dinheiro. Segundo, porque o ultimo voo da Jal saindo de NY e hoje, quinta - feira ( o proximo e so no domingo ) e segunda - feira ja volto a trabalhar. Mais ainda nao quero nem pensar nisso ...

Se ficasse mais alguns dias aqui, com certeza teria programa para todos os dias e estou indo embora com gostinho de quero mais, mas hoje ou outro dia, o fato e que um dia iria acabar.

Sem a menor sombra de duvida, essa foi minha melhor viagem para o Japao, senao, da minha vida. Nem eu mesma imaginei que fosse curtir tanto poder voltar aqui um dia. Ver meu antigo bairro, a fabrica onde eu trabalhava, a minha antiga casa - que foi substituida por outra muito maior e linda - ouvir o mesmo barulhinho da neve enquanto eu caminhava para casa, tudo isso me fez chorar, e talvez me faca chorar pelo resto da minha vida sempre que me lembrar desse dia, mas tambem me fez muito feliz. Tomara que daqui 15 anos eu possa voltar aqui novamente e viver tudo isso de novo ...

A viagem de volta e um pouco mais longa, ja que Sapporo fica ha 1 hora e meia de aviao de Toquio, mas tambem nao quero pensar nisso agora :)

Vou dar uma ultima flanada pela cidade; comprar alguns potes de ramen - miojo - pra colocar na mala; tomar um banho de ofuro com uns sais para banho deliciosos que vendem aqui no hotel e seguir viagem.

E volto a dar noticias la de casa.

Sayonara mina-san :)))

terça-feira, janeiro 20, 2009

Yuki & Onsen

Neva muito, muito, muito aqui em Sapporo desde ontem a noite. Segundo a tv, ate o meio dia de hoje, ja tinha nevado 30 cm. Enquanto escrevo esse post, eu posso ver a neve ( yuki) caindo atraves da vidraca. E a paisagem e linda de morrer ;)

Hoje nos fomos ate uma cidadezinha que fica ha uns 50 minutos de trem aqui do centro chamada Otaru. Ela tambem fazia parte das nossos passeios enquanto moravamos aqui, por isso fizemos questao de tambem inclui-la no roteiro.

Existe uma historia que eu acho incrivel a respeito dessa cidade. No meu antigo emprego, eu conheci um senhor que era japones, mas que vivia ha muitos anos no Brasil. Um dia conversando com ele, nem sei porque, mas acabei dizendo que havia morado no Japao. Quando perguntei a ele em qual cidade ele havia nascido, ele me respondeu que era uma cidade minuscula e que ninguem conhecia, mas que ficava no norte do Japao. Eu fiquei super curiosa quando ele disse isso, e insisti pra que ele me dissesse o nome da cidade, e foi quando ele respondeu: Otaru. Ele ficou mais surpreso ainda de saber que eu, la do outro lado do mundo, ja havia estado na cidade natal dele aqui, tambem no fim do mundo. Isso pra mim e um exemplo perfeito de que as vezes o mundo nao e tao grande quanto a gente imagina ;)

Mas hoje em Otaru, alem de revisitar os lugares que a gente conhecia, pude tambem pela primeira vez ter uma experiencia bem tipica japonesa indo num onsen. Onsen sao banhos publicos ou privados - em ryokans - em aguas termais e cada regiao no Japao tem um tipo de agua, com minerais diferenciados. E uma experiencia unica, primeiro porque os banhos sao obviamente nus, na frente de um bando de estranhos, e existe todo um ritual de preparo para poder efetivamente entrar nas piscinas (ofuros gigantes).

Nos encontramos esse onsen por pura sorte. No centro turistico de Otaru, o Rogerio perguntou ao senhor que estava la se ele falava ingles, e ele respondeu yes, mas ficou por isso mesmo, porque as demais informacoes ele deu tudo em japones, hehehe. Mas um outro senhor, que parecia ser fiscal do terminal onde a gente teria que pegar o onibus, nos levou ate o ponto, escreveu o endereco em kandi do local no papel e nos deu o nr e o horario do onibus que nos levaria ate la. Foi uma tremenda gentileza, que alias nao foi a primeira nesse sentido que tivemos desde que chegamos aqui.

Enfim, quando chegamos no onsen, o rapaz da recepcao nos informou sobre os procedimentos do banho e quando entrei, uma outra senhorinha novamente no idioma do mimiques foi me mostrando o que eu deveria fazer. Um dos meus receios em ir num onsen, era que eu havia lido em varios foruns na internet que pessoas tatuadas nao sao bem vindas nesses lugares, ja que tatuagem no Japao esta, ou pelo menos ja esteve, diretamente ligada ao Yakuza, a mafia japonesa. E embora ninguem tenha feito nenhuma pergunta nesse sentido na recepcao, dentro dos vestiarios havia um desenho fazendo tal observacao, como eu ja havia visto na internet.

Bom, mas ninguem me expulsou de la, e na verdade a mulherada nem deu a minima pra minha tatuagem, o que me fez sentir bem mais confortavel. E claro que um ocidental chama a atencao num lugar desses, e ate vi uma senhora cochichando com a minha ajudante de que lugar eu era, e a senhoria respondeu Buradiro, mas tudo na maior discricao.
A agua e absurdamente quente, e alguns minutos depois de ficar dentro dela, a minha vontade era sair correndo e rolar na neve que caia ha alguns passos de onde eu estava. Foi uma experiencia sureal estar dentro de uma piscina com agua numa temperatura de quase 40 graus, num frio de zero, com uma vista para um jardim japones todo branquinho vendo a neve cair ...

Por motivos obvios nao e permido fotografar nem filmar nesses locais, mas ja cansei de ver videos e fotos de buzanfas em onsen na internet. So espero que a proxima nao seja a minha ;)
Ai, Ai. Depois de um dia desses a unica coisa que consigo enxergar agora e a minha caminha ...

Zzzzzzzzzzzzzzzzzzz