domingo, agosto 19, 2007

Ainda sobre a palestra.

Eu deveria ter escrito antes, mas o problema está sendo aquela coisinha preciosa chamada tempo. Ia até deixar pra lá, mas foram tantas as cretinices que eu ouvi que seria um sacrilégio da minha parte não dividi-las com vocês.

Ele também projetou vários vídeos no telão de coisas materiais que as pessoas desejam, mas que na verdade não são tão importantes assim. Ou em outras palavras, algumas coisas podem muitas vezes ser substituídas por outras. Até aí tudo bem, mas o fim da picada pra mim foi quando ele mostrou uma praia paradisíaca em algum lugar do mundo (não me lembro onde), com um casal sentado numas cadeiras dentro da água e fez o seguinte comentário:

- Olha só esses dois! Gastaram uma fortuna só pra irem até aí e ficarem sentados num mar de água transparente. Por que não foram aqui pro litoral norte de São Paulo? É a mesma coisa!!!!

Achei que vindo de alguém como ele um comentário desses foi no mínimo medíocre. Eu até entendo ouvir isso de uma pessoa humilde, como minha mãe, por exemplo, que diz - Mas minha filha, quique cê vai fazer no Japão! Aquela terra fica do outro lado do mundo! E lá é tudo muito pequeno! Vai pra Itu minha filha, que em Itu tudo é grannnde! Tem sorvetão, telefonão - Mas um sujeito desses deveria saber que as pessoas se preparam meses, e às vezes até anos para conhecerem os lugares mais inóspitos do mundo em nome de algo muito maior do que simplesmente por causa de um mar com águas transparentes.

Mas logo em seguida ele mesmo começou a contar uma história. Disse que no ano passado ele e a esposa passaram um mês na Espanha. Ele foi fazer um curso qualquer e ela aperfeiçoar o espanhol. Juro que nessa hora tive vontade de levantar a mão e dizer: Ué, mas se o objetivo dela era aperfeiçoar o espanhol, por que ela não foi para o Paraguai? É aqui pertinho, dava pra ir de ônibus e de quebra ainda trazia uns tênis Faroashi, umas camisetas da Calvin Klein e um bronzeador Rayto de Sol de muamba.

Eles também deram para gente uns cupons para preencher, porque no final da palestra iriam sortear umas tranqueiras como livros e dvd’s do cara. Claro que eu não queria ganhar nenhuma daquelas porcarias, mas mesmo assim preenchi. Afinal não quero ficar conhecida como aquela antipática esnobe comedora de pão de mel pelos meus novos colegas de trabalho. E na quinta-feira todos eles já estavam recebendo ligações e e-mails com convites para assistirem a próxima palestra, menos eu é claro. Porque esperta que sou, coloquei meu telefone errado e não coloquei meu e-mail. Alias nesse campo escrevi:

- E-mail? Nem sei o que é isso.

3 comentários:

Flávio disse...

Telefone errado e sem e-mail? Bem, essa é a Márcia esperta que eu conheço! ;)

Angela disse...

hahahaha,adorei!!!!

Darlan M Cunha disse...

Bom... este parvo que aqui escreve tem como consolo (êpa!) o endereço certinho desta Página, onde ri e chora - ri mais do que chora, ou chora de rir ? Tudo dentro de uma óptica leve, uai!