sábado, janeiro 31, 2009

Pela hora da morte

A amiguxa Ana me perguntou num post lá embaixo, se no Japão os preços são pela hora da morte ou se dá pra comprar alguma coisa. Eu pensei um pouquinho, e resolvi fazer um post sobre o mito de que no Japão tudo é caríssimo.

A minha impressão é de que não, não é tão caro assim. Claro que existem hotéis, restaurantes, lojas de departamento chiquérrimas e carésimas como toda cidade com o mesmo apelo turístico de Tóquio, mas dá pra se fazer uma viagem pra terra do sol nascente sem tem que vender a alma pro diabo primeiro.

O hotel que ficamos em Tóquio, provavelmente tinha uma tarifa especial para a companhia onde o Rogério trabalha, mas pra se ter uma idéia, o custo total da minha hospedagem cobrada a parte pelas 3 noites ficou em 70 dolares. E durante o tempo que zanzei pelos guias e foruns de viagem, vi muita dica interessante de hospedagem em Tóquio por preços bem acessíveis. Aliás, a melhor maneira de se encontrar dicas pra tudo que se precisa quando se vai para algum lugar com certeza são esses foruns, como o do Trip Advisor . Eu usei e abusei deles enquanto planejava as minhas férias.

Em Sapporo também tem hotéis com preços para todos os bolsos, então imagino que no restante do Japão também seja assim.

Lojas de roupas de marca no geral tem preços maiores que as dos Estados Unidos, mas fiz questão de olhar preço de batons em quiosques da Shiseido, Mac, Kanebo, Shu Uemura e constatei que os preços não são diferentes das lojas na terra do Tio Sam. Agora roupa normal, acho que tudo também depende do lugar onde se compra. Comprei cachecol na promoção por 10 dolares num mercado - depato - perto do hotel em Tóquio, que foi o mesmo preço que paguei no Canadá no ano passado.

Agora os lencinhos - meu objeto de desejo como relatado no post abaixo - custavam o olho da cara. Vi lenços de 30, 50, 75, 100, 150 dolares !!! E eu que achava que fosse me esbaldar comprando lenços, dancei. No fim, achei 3 minúsculos da YSL numa bacia e comprei, por também 10 dolares cada um.

Quanto a comida também dá pra comer razoavelmente bem com 10 a 15 dolares. Mas se tratando de pratos a base de carne, pode ser um pouco mais caro. Mas como todo lugar, também tem o fator "onde" você vai comer. Por exemplo, quando estive em Tóquio há três anos, fomos num Izakaya em Shibuya comer Yakitore e foi muito caro. Por cerca de 3 espetinhos minúsculos e uma cerveja, custou coisa de 30 dolares. Saímos de lá e fomos comer no KFC porque não tinha matado a fome. Agora como dessa vez fomos com um "local" e não num bairro da moda, a conta ficou na casa dos 100 dolares, mas para 3 pessoas, com muita cerveja e espetinho até sair pelo nariz.

Em Sapporo comer fora também não é tão caro, desde que não seja o prato nacional, que são os caranguejos gigantes. Um kilo dessa iguaria pode chegar a custar quase 100 dolares. Nos restaurantes então, nem imagino quanto custe.

Transporte sim achei muito caro. O trajeto que fiz de trem e metrô para ir no templo em Asakusa - que levou coisa de 30 ou 40 minutos - ida e volta me custou 12 dolares . Claro que deve haver aqueles passes diários para turista, mas o problema é que no meu caso não valia a pena, já que a linhas não eram intercambiáveis, e na última linha, eu teria que comprar o passe.

Enfim, acho sim que é viável fazer uma viagem para o Japão com planejamento e bom senso, sem ir a falência. E com a certeza de que no final dela, valerá cada tostão que foi gasto :)

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Hoje eu fui assim


E ontem também e amanhã também ...

O hoje eu vou assim é um blog onde a dona publica diariamente as roupas que ela usa para trabalhar e resolvi mostrar a minha roupa também, que ao contrário dela, será todo o dia a mesma.

Desde o começo do ano nós começamos a usar uniforme, mas como eu estava de férias, a minha experiência começou essa semana. Na verdade a gente já "quase" que usava um uniforme, que era um terninho preto com camisa branca, mas como foi mudando muito o quadro de funcionárias no último ano, a maioria estava indo trabalhar de roupa normal mesmo, inclusive eu. E além do mais, o outro era um terninho bem fuleiro, comprado pronto numa daquelas lojas da José Paulino, mas o dessa vez pelo menos foi feito sob medida pra cada uma de nós. E além de ser forrado, o tecido é de melhor qualidade.

A diferença ficou por conta da cor e do modelo das camisas. A cor da vez é um azul ( mas aparece bem clarinho na foto) tom cobrador de ônibus da Cmtc ( só quem é de SP vai entender a piada). E nessa foto eu estou usando uma camisa com manga 3/4, por isso estou sem o blazer, mas tem também a camisa de manga curta com corte tradicional.

O lencinho não faz parte do uniforme, mas como eu adoro, e sempre usei no trabalho - ele até acabou se tornando minha marca registrada lá no jornal - eu resolvi que não iria abandoná-lo :)

Os partidários a favor do uniforme, dizem que é bom, porque você não gasta suas roupas usando para trabalhar, e os não-partidários dizem que com o tempo da um enjoou do cão se olhar no espelho e se ver todo dia com a mesma roupa.

Eu ainda não sei se gostei ou não dá idéia, mas se conseguir convencer meu chefe a nos comprar bolsas, sapatos e perfume - pra fazerem conjunto com o uniforme - essa nova norma tem grandes chances de ganhar outra adepta ;)

terça-feira, janeiro 27, 2009

Diário de Bordo - Odaiba / Harajuku


Odaiba é uma ilha artificial de Tóquio construída sobre entulhos e tem também uma praia que é invadida pelos japas no verão. O pier é enorme e lotado de lojas e atrações, mas como é inverno estava para as moscas. Alem do Joypolis, que é o parque da Sega que a gente foi, tem também o Pallete Town, que também é um parque de diversões enorme e abriga uma roda gigante - gigante mesmo - que segundo as informações que li é a segunda maior do mundo, só ficando atrás da London Eye.

Parece que tem bastante opções de compra e lazer por lá, mas só ficamos na parte da manhã e dentro do parque, porque queríamos ir para Harajuku a tarde, por isso não vimos tudo. Inclusive tem também uma réplica da Estátua da Liberdade que embora eu até tenha procurado por ela, infelizmente não vi.

Fiz um video curtinho da ilha, e pelo barulhinho dos pássaros - e do corvo - dá pra ver como estava super tranquilo o dia que estive lá.


A tarde fomos para o Harajuku porque eu queria ver as famosas Harajukus Girls, mas não tinha nenhuma delas lá. Aliás, essa foi a única que consegui fotografar, mas assim de costas, hehehe. A noite nós voltamos nesse bairro para jantar com o primo do Rogério e depois fomos até um karaoke, e lá tinham três meninas super graciosas, e eu já estava pronta para fotografá-las quando pedi ao Léo que pedisse autorização á elas, mas elas negaram ;(

Mas fazer o quê né? Não é só porque você resolve sair com uma melância pendurada no pescoço que isso da ás pessoas o direito de te fotografar ...

Quanto ao nosso jantar, foi muito legal. O Léo levou a namorada dele japinha chamada Maki, que é uma graça, e um amigo que está morando com eles da Nova Zelandia, chamado Matt. Ele também nos levou num local bem diferente pra comer um prato japonês, que segundo ele é bem tradicional, chamado okonomi-yaki que eu nunca tinha ouvido falar, muito menos provado. O okonomi-yaki é bem parecido com a nossa fritada de ovos, e além claro do ovo, vai uma porção de ingredientes, como cebola, bacon, queijo etc e no final é coberto com um molho adocicado, maionese e alga. Parece estranho, mas acreditem, eu achei muito bom.
O legal do okonomi-yaki é que, como várias outras comidas japonesas, você mesmo prepara ali na mesa, sobre uma chapa quente, conversando e bebendo com os amigos, enquanto todos participam do preparo da refeição. Acho que isso cria um ambiente bem intimista.

Depois da comilança, partimos para um karaokê, alí em Harajuku mesmo. No começo eu confesso que estava até meio receosa e com vergonha, mas depois de uma birita e da terceira música, gostei tanto do negócio que já estava quase saindo no tapa com meus novos amiguxos, pra arrancar o microfone da mão deles.


E pobre Bill Murray se me visse cantar essa música :)

Mas como eu ainda tenho algum juizo, não vou colocar o video aqui, e sim deixar isso pra quem realmente entende do riscado :)

Mais fotos, aqui





domingo, janeiro 25, 2009

Diário de Bordo - Tóquio

Juro que pensei que já estivesse entrado no ritmo de novo, mas parece que o Jet continua aqui firme e forte, então aproveitando a falta de sono, resolvi fazer o upload de alguns pequenos videos que fiz no Japão, alguns com a intenção mesmo de mostrar aqui, mas essa brincadeira me levou quase 3 horas! Não sei se vou ter pique pra fazer upload dos outros videos não ...


Enfim, resolvi fazer um pequeno resumo dos meus dias por lá e de coisas que ainda não tinha falado aqui no blog, como por exemplo, a minha experiência de ir sozinha até o templo em Asakusa. Embora eu tenha demorado mais que uma pessoa "normal" pra chegar lá, consegui fazer o percurso direitinho sozinha, e tendo que mudar de linhas de metrô e trem por três vezes. Ahh, fiquei super orgulhosa de mim mesma ;)

Aqui tem um video de um dos trens, da linha do Yamanote Line

Bom, tudo ia bem, até que no último trecho o condutor do metrô começou a falar sem parar no alto-falante e no meu japonês macarrônico só conseguia entender algumas palavras, mas as fundamentais. No video acima vocês podem ver que a gravação fala em japonês e em inglês, mas quando se trata de algum imprevisto ou algo que é preciso avisar ali na hora, tudo é falado só em japonês mesmo.

Ele dizia algo como que na próxima estação, aquele trem ia embora e que por favor ( kudassai) sei lá mais o que! Kudassai o escambau, eu pensei ! E agora, o que que eu faço?

Eu torci fervorozamente até o último minuto do último segundo para que aquilo que eu achava estar entendendo, estivesse errado e que não "que eu não precisasse descer daquele trem na próxima estação", mas não teve jeito. Quando o vagão parou na estação todo mundo teve que descer e eu claro, fui junto. Mas reaprendi nesses dias a fazer o que é mais óbvio quando se está num lugar onde a gente não entende nada, que é imitar o que todo mundo faz, e imitando os japas, fiquei parada na estação até chegar o próximo trem.

O templo é bem legal, mas confesso ter gostado mais do Meiiji Shrine que estive da outra vez. Pra se chegar nesse templo, a gente tem que atravessar uma ruazinha - Nakamise Dori - lotada de lojinhas com tudo que é bugiganga pra vender. A especialidade do lugar parece que são os sembeis - que são aqueles biscoitos feitos com gergilim - que eu adoro, mas não comprei.


Existe todo um ritual pra adentrar a esses templos, como por exemplo, passar primeiramente por um incensário enorme e se defumar com a fumaça que exala dele. Depois é preciso ir até um tonel - não encontrei um nome melhor praquilo - e com a água benta, deve-se lavar as mãos e em seguida a boca, usando umas conchas de madeira pra se pegar a água. Dentro do templo, existe um ofertário enorme onde você joga moedas, bate palmas duas vezes e faz sua orações e agradecimentos. Mas uma vez, imitei os japas e fiz tudo direitinho, mas só joguei uma moeda de 10 yens porque turista pobre que sou, não dava pra colaborar com mais. Buda há de me perdoar ;)
Aqui um video da entrada do templo, com o ritual da fumaça.

Há também uma imagem de Buda nesse templo e todo mundo esfrega o pobre coitado, e já li em algum lugar que o tal ritual também atrai sorte. Mas existe locais específicos pra tal esfregação. A cabeça e o joelho do menino já estão até gastas, hehehehe. Mais um videozinho aqui

Saindo de lá, fui procurar pelo edifício que fica do outro lado do Rio Sumida, que é um prédio com uma arquitetura toda modernosa, projetado por Philippe Stark que é a sede da Cervejaria Asahi


E depois fui até o Shibuya, pedi um moccachino com cookie no Starbucks e fui para o andar de cima fazer esse video do famoso cruzamento. Mas como era coisa de duas horas da tarde, nem tinha tanta gente pra atravessar. Confesso que fiquei decepcionada ...

A noite nos fomos num Izakaya ( pub em estilo japonês) com um amigo do Rogério do trabalho. Todas ás vezes que estivemos lá, ele sempre nos levou em lugares super bacanas e dessa vez não foi diferente. A especialidade desse Izakaya, eram os Yakitores, que nada mais são que espetinhos japoneses. Ele pediu de fígado ( illl esse eu não comi!), frango, shitake ( delicioso ) e de barriga de porco que é extremamente gorduroso ( ok, já pedi perdão ao meu colesterol) mas delicioso! Aliás, comi muita comida realmente japonesa por todos esses dias que estive por lá, mas nem todas tão saudáveis, como a gente está acostumada a ouvir aqui que elas são.

O local é bem tradicional mesmo, e o cardápio só estava em japonês. Nessa foto acima, o Yamamoto-san estava procurando no celular o nome em inglês, para os muitos tipos de yakitori que apareciam no cardápio. Aqui também fiz um pequeno video do local, pra vocês terem idéia de como é apertado. Num local desses, nunca vá sem fazer reserva, porque com certeza você vai dar com a cara na porta, já que o número de pessoas que cabem lá dentro, é bem limitado. E é uma grande pena que os videos ainda não podem reproduzir o cheiro ;))

Assim que der, volto pra contar mais. E pra quem quiser, tem mais fotos no Flickr.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Ufa, cheguei!

O trecho Tóquio-Nova Iorque foi horrível, mas sobrevivi. Peguei um daqueles assentos que fica atrás da cozinha do avião e mal tinha espaço para esticar as pernas e as pobres chegaram em NY super inchadas. Mas o cansaço era tanto que até que consegui dormir.

De NY para SP já foi uma maravilha e dormi quase que a viagem toda. Só jantei e capotei, nem televisão eu vi. Quando acordei e fui ao banheiro por volta das 5 da manhã me assustei com a minha própria imagem no espelho. Estava com a roupa, os cabelos, e a cara toda amassada, parecia que tinha passado a noite na boca da vaca, hahahaha. Fiquei até com vergonha de sair de lá de dentro...

Já desfiz as malas, coloquei roupa pra lavar e vou tomar um banho pra cair na cama. E com o sono que estou é capaz de eu acordar só na segunda-feira :)